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São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 2003

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Alternativos não ficam órfãos

DA REPORTAGEM LOCAL

Não é aceitável dizer que em Fortaleza só há lugares para turistas. "A vida noturna da capital cearense é democrática, para forasteiros e nativos", afirma o coordenador do Curso de Turismo e Hospitalidade do Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará, José Solon.
Se você é daqueles que rasgam o guia imposto pelas agências, aqui vão dicas de costumes e lugares distantes do roteiro oficial, em que pessoas de sotaques diferentes quase nunca dão as caras.
Geralmente, o fator que diferencia um local do outro é o preço. Tudo o que é mais caro é tido como para as pessoas "de fora".

As "base"
Fortalezense da gema não gosta de pagar caro por nada, por isso lá é comum o que chamam de "fazer as base" (sic), que, além de ser uma expressão sem concordância em número, consiste em, antes de ir para a balada, passar em algum bar simples e barato para beber. Há também as famigeradas barraquinhas de bebidas e comidas onde uma dose "bem chorada" de tequila pode sair por R$ 2.
Aliás, a palavra "balada" é entendida, mas não é bem recebida. O termo costumeiro é "sair pros canto" (sic). E esses cantos não são só os de forró. É fácil achar reggae, jazz, música eletrônica e indie rock (rock alternativo típico de bandas como Smiths, White Stripes e Radiohead) por lá.
Os amantes da música da ilha de Bob Marley sabem que, no Brasil, São Luís (MA) é o principal destino. Mas, há dois anos, Fortaleza vive uma febre do ritmo. No Canto das Tribos, um galpão para mais de 2.000 pessoas, bandas locais tocam músicas próprias e versões de clássicos (veja quadro).
Às quintas-feiras, a boate Órbita também tem shows de bandas do ritmo jamaicano. O preço máximo nas duas casas é R$ 10.
O jazz é apresentado em locais mais sofisticados, por isso um pouco mais caros. Mas nada que assuste turistas de São Paulo. A Zug Chopperia e o Café Pagliucca têm programação variada e são boas opções para fugir dos engarrafamentos da Praia de Iracema. Se houver shows da banda Realejo Quartet, garanta o seu ingresso.
Os interessados em música eletrônica devem ficar atentos. Com o fechamento da única casa especializada no gênero, em agosto, os admiradores do "tuntistum" precisam esperar por festas como as organizadas pelo grupo de DJs Undergroove -que elegeu a quinta-feira como o dia de se vestir com acessórios fluorescentes para ir à Mystical. A cena cresce por lá e há fins de semana com até três dessas baladas.
Outra vertente que se firma é a ligada ao rock independente. Boas bandas como 69% Love, Dago Red, 2 Fuzz e Psicho Indie dão shows com frequência na cidade, em locais como o Bacu Bar.
Quem quiser embalo ao som do indie rock deve ir às festas feitas pelos Amigos de Lídia Brondi (grupo de DJs especialista em música dos anos 80) e pelo Alternatividade (outra turma de DJs), que se apresenta no Ritz & Café. A última é multimidiática.
Depois de seguir essas dicas, mude o local de nascimento no RG, pois você terá virado um autêntico fortalezense. (RL)


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