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Alternativos não ficam órfãos
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é aceitável dizer que em
Fortaleza só há lugares para turistas. "A vida noturna da capital
cearense é democrática, para forasteiros e nativos", afirma o
coordenador do Curso de Turismo e Hospitalidade do Centro Federal de Educação Tecnológica do
Ceará, José Solon.
Se você é daqueles que rasgam o
guia imposto pelas agências, aqui
vão dicas de costumes e lugares
distantes do roteiro oficial, em
que pessoas de sotaques diferentes quase nunca dão as caras.
Geralmente, o fator que diferencia um local do outro é o preço.
Tudo o que é mais caro é tido como para as pessoas "de fora".
As "base"
Fortalezense da gema não gosta
de pagar caro por nada, por isso lá
é comum o que chamam de "fazer
as base" (sic), que, além de ser
uma expressão sem concordância
em número, consiste em, antes de
ir para a balada, passar em algum
bar simples e barato para beber.
Há também as famigeradas barraquinhas de bebidas e comidas onde uma dose "bem chorada" de
tequila pode sair por R$ 2.
Aliás, a palavra "balada" é entendida, mas não é bem recebida.
O termo costumeiro é "sair pros
canto" (sic). E esses cantos não
são só os de forró. É fácil achar
reggae, jazz, música eletrônica e
indie rock (rock alternativo típico
de bandas como Smiths, White
Stripes e Radiohead) por lá.
Os amantes da música da ilha de
Bob Marley sabem que, no Brasil,
São Luís (MA) é o principal destino. Mas, há dois anos, Fortaleza
vive uma febre do ritmo. No Canto das Tribos, um galpão para
mais de 2.000 pessoas, bandas locais tocam músicas próprias e
versões de clássicos (veja quadro).
Às quintas-feiras, a boate Órbita
também tem shows de bandas do
ritmo jamaicano. O preço máximo nas duas casas é R$ 10.
O jazz é apresentado em locais
mais sofisticados, por isso um
pouco mais caros. Mas nada que
assuste turistas de São Paulo. A
Zug Chopperia e o Café Pagliucca
têm programação variada e são
boas opções para fugir dos engarrafamentos da Praia de Iracema.
Se houver shows da banda Realejo Quartet, garanta o seu ingresso.
Os interessados em música eletrônica devem ficar atentos. Com
o fechamento da única casa especializada no gênero, em agosto, os
admiradores do "tuntistum" precisam esperar por festas como as
organizadas pelo grupo de DJs
Undergroove -que elegeu a
quinta-feira como o dia de se vestir com acessórios fluorescentes
para ir à Mystical. A cena cresce
por lá e há fins de semana com até
três dessas baladas.
Outra vertente que se firma é a
ligada ao rock independente.
Boas bandas como 69% Love, Dago Red, 2 Fuzz e Psicho Indie dão
shows com frequência na cidade,
em locais como o Bacu Bar.
Quem quiser embalo ao som do
indie rock deve ir às festas feitas
pelos Amigos de Lídia Brondi
(grupo de DJs especialista em música dos anos 80) e pelo Alternatividade (outra turma de DJs), que
se apresenta no Ritz & Café. A última é multimidiática.
Depois de seguir essas dicas,
mude o local de nascimento no
RG, pois você terá virado um autêntico fortalezense.
(RL)
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