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São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 2003

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"JACKPOT"

Cassinos temáticos da cidade, que tem alguns dos maiores hotéis do mundo, contêm detalhes beirando o surreal

Em Las Vegas, real é o tilintar das moedas

Chiaki Karen/Folha Imagem
Aspecto do cassino-hotel Venetian, que imita os canais de Veneza; gondoleiros cantam músicas italianas ao conduzir hóspedes


CHIAKI KAREN TADA
ENVIADA ESPECIAL A LAS VEGAS

"Bem-vindo a Las Vegas!", diz o mágico Steve Wyrick após transformar uma nota de US$ 100, cedida por um "voluntário" da platéia que assiste ao show, em uma de US$ 1. O público aplaude, mas em Las Vegas, onde o show acontece, esse truque é mais fácil do que tirar coelho de cartola.
Os jogos, das mesas de "black jack" às máquinas caça-níqueis de US$ 0,05, fazem a fama de Las Vegas. É a cidade da fortuna e da falência. Os cassinos nunca fecham e sempre há máquina ou mesa vagas convidando o visitante a tentar a sorte. Uma tentação em um lugar que beira o surreal de tão artificial, mas onde o tilintar das moedas é real.
Não é preciso esgotar o fundo de reservas ou ser viciado em jogos de azar para ir à cidade do entretenimento -somatória de cassinos, shows e compras-, mas sim, gostar de luzes e de barulho.
Na Strip -avenida onde se encontram os cassinos da moda voltados para turistas-, as casas de jogos têm mais ou menos a mesma estrutura: um térreo dedicado aos jogos de azar, uma área com lojas e restaurantes, teatros para shows e vários andares de quartos para hospedar os visitantes.
Há mais de 126 mil quartos de hotel em Las Vegas (o maior é o Excalibur, com 4.032 unidades), onde estão 12 dos 13 maiores hotéis do mundo. E há mais hotéis-cassinos sendo erguidos, como o Ritz Carlton Lake Las Vegas, que será inaugurado no mês que vem.
Os cassinos da Strip elegem um tema que dita o estilo da decoração. A fachada do tradicional Caesar's Palace lembra construções romanas. Inspirado na cidade italiana de Veneza, o Venetian tem canais onde pairam nuvens falsas, por onde gondoleiros conduzem turistas. A entrada do Luxor, em forma de pirâmide, é guardada por uma esfinge. O New York, New York possui uma montanha-russa cujos trilhos passam por entre os prédios de sua fachada.
Cada cassino tenta atrair o turista da melhor forma possível -a intenção é que ele fique por ali, tente a sorte e gaste. Há quem passe horas e horas em frente a um caça-níquel, perdendo não só o dinheiro, mas a noção do tempo.
Tudo muito exagerado? Com certeza. Tudo artificial? Sem dúvida. Mas a cidade não seria o que é se não fossem esses detalhes. O que não é falso são os jogos que movimentam tudo isso e a atração que Las Vegas exerce sobre as pessoas. Há gente de todos os modelos e anos na cidade.
Uma aglomeração pode ser sinal de que há algum famoso na área. A reportagem da Folha viu o lendário boxeador Muhammad Ali passeando, rodeado por fãs. Las Vegas é um tradicional palco de desafios mundiais de boxe.
Os shows também são de primeira. Um dos espetáculos do momento é o "Mystère", do grupo canadense Cirque du Soleil, que usa uma gigantesca estrutura para criar um mundo de fantasia recheado de arte circense e música. O ingresso custa a partir de US$ 88, mas é bom tentar reservá-lo com um mês de antecedência (www.lasvegasticketstore.com).
Há ainda espetáculos mais picantes para adultos, danças, comediantes e shows de mágicos, como o de Steve Wyrick. Antes do fim da apresentação, ele transforma a nota de US$ 1 de volta em uma de US$ 100 e a devolve ao "voluntário" da platéia. Só mesmo porque é um show de mágica.


Chiaki Karen Tada viajou a convite da La Cumbre e da American Airlines


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