São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

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"SKI USA"

Hoje eles representam mais de 30% dos visitantes de resorts, segundo a Associação Nacional de Áreas de Esqui

Snowboarders "salvam" indústria nos EUA

Jed Jacobsohn/Getty Images/France Presse
A cada ano, resorts gastam mais para construir áreas próprias para praticantes de snowboard


DA ASSOCIATED PRESS

Praticantes de snowboard nos EUA, que já foram banidos de vários resorts de esqui no país, tornaram-se peças valiosas da indústria que tem quase 500 resorts e gera US$ 12 bilhões por ano.
"Acho que eles salvaram a indústria do esqui", diz Terry Thorpe, 59, um esquiador de Irvine, na Califórnia, enquanto observava esquiadores e snowboarders fazendo manobras na estação de Breckenridge, no Colorado.
Quando Thorpe começou a organizar viagens de esqui na universidade local em 1981, todos os participantes eram esquiadores. Hoje, os snowboarders representam 75% do total.
Cerca de 6,3 milhões de americanos fizeram snowboard em 2003, cifra que representa um aumento extraordinário em relação à década anterior, quando somente 2,1 milhões disseram ter praticado o esporte, de acordo com uma pesquisa anual conduzida pela Associação Nacional de Produtos Esportivos.
Contrastando, a mesma pesquisa mostra que o número de esquiadores está caindo -6,8 milhões de pessoas em 2003, comparados aos 10,6 milhões de dez anos atrás.
Os snowboarders hoje representam mais de 30% dos visitantes de resorts de esqui, mais de 27% em comparação há quatro anos, de acordo com a Associação Nacional de Áreas de Esqui (NSAA, na sigla em inglês).
Segundo a NSAA, 60% das pessoas com menos de 20 anos que começam a praticar esporte na neve são snowboarders, e, agora, os resorts os estão cortejando, pois reconheceram que a base de clientes expandiu graças a eles.
"Basicamente, snowboarders trouxeram mais pessoas para as montanhas e apresentaram mais pessoas aos esportes de inverno", diz Kurt Hoy, editor da "TransWorld Snowboarding", que cobre o esporte desde 1987.
A cada ano, resorts empregam milhares de dólares para construir e manter "terrain parks", área originalmente desenvolvida para os snowboarders.
O praticante de snowboard Jon Raevsky,19, diz que visita "terrain parks" quase todos os dias.
"Snowboarders e esquiadores aqui são como família", diz ele, embora desenvolvam uma camaradagem competitiva para experimentar novas manobras.
"Os resorts olham para "terrain parks" como um item importante para manter seus clientes mais jovens", diz Michael Berry, presidente da NSAA.
Isso não acontecia no início dos anos 80, quando os resorts passaram a aceitar snowboarders em suas montanhas.
Eles eram criticados por serem descuidados e por estragarem as pistas. Os mais jovens repreendiam os esquiadores mais velhos por não conseguirem relaxar.
"Quando começamos a construir "terrain parks", eles eram feitos para snowboarders e muitos em áreas exclusivas para eles. A idéia era: as pistas eram para os esquiadores e os "terrain parks", para corredores", diz Tim Eastley, gerente de Breckenridge.
"Daí veio bastante da animosidade [entre esquiadores e snowboarders]". O ressentimento desapareceu. Esquiadores jovens e snowboards deslizam lado a lado nos parque e nas pistas.
"Snowboarders ajudaram esquiadores a avançar um pouco", diz Grant Cooley, 21, com um sorriso provocativo para o amigo esquiador Harrison Wolfe.
"Esquiar exige mais técnica", retruca Wolfe, enquanto os dois fazem uma pausa na descida de uma pista.
Dos cerca de 500 resorts de esqui nos Estados Unidos, quatro ainda não aceitam snowboarders: Taos, no Novo México, Alta e Deer Valley, em Utah, e Mad River Glen, em Vermont.


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