São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

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FIM DE SEMANA / SÃO PAULO - 59 KM DE SP

Para Miguel Jacquetta, instrutor do Ski Mountain Park, as manobras são até 20% mais difíceis dos que as feitas na neve

Pista artificial sacia vontade de novatos e dos mais nostálgicos

LUÍS SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A SÃO ROQUE (SP)

Não é a mesma coisa, sobre isso não há dúvidas. Os tombos são piores, o plástico é duro e dói. Sobretudo, o clima não é o mesmo. Em todos os sentidos. Nada supera a visão da imensidão branca a cercar o turista, o charme das pesadas roupas de inverno e aquela sensação única de estar em outro país, tentando se virar em outra língua. Apesar dessas diferenças, esquiar no Ski Mountain Park, em São Roque, a 59 km de São Paulo, compensa tanto para iniciantes quanto para esquiadores experientes. Veja por quê.

Para iniciantes
Os novatos no esporte podem evitar o trauma dos primeiros dias em uma estação de esqui no exterior tomando os primeiros tombos ainda no Brasil. Assim já aprendem a se equilibrar e se acostumam com os aparatos.
Embora não haja neve no interior de São Paulo, no Ski Mountain Park, exceto pela roupa -usam-se vestimentas do dia-a-dia-, os equipamentos são os mesmos usados para descer montanhas nevadas de verdade. Você aprende a afivelar a bota, descobre que ela é pesada e como deve ser encaixada no esqui. Depois verá como é difícil caminhar com toda essa parafernália.
Quem optar por fazer snowboard tomará aulas com um instrutor em uma pista própria para isso. E, claro, cairá como se fosse seu primeiro dia na neve. A desvantagem, nesse caso, é que o plástico é mais duro e o tombo dói mais. Além disso, a roupa fica suja de óleo (por isso, vá de roupa velha e siga a recomendação do parque: use calça e blusa de manga comprida).
Quando se sentir pronto e mais confiante, desça a pista de 400 m. Vá com calma, pois a inclinação chega a 45. Talvez a maior desvantagem do Ski Mountain Park para os menos experientes é que falta uma pista de dificuldade mediana. O iniciante passa das aulas para uma pista difícil, mas de pouca largura -9 m. Ou seja, se perder o controle, pode ralar na grama que margeia a pista. Mas vale o desafio.
Devido ao deslize, esquiar no plástico é mais difícil do que na neve. "Com base em minha experiência, posso dizer que aqui é de 10% a 20% mais difícil, principalmente na hora de manobrar", diz o instrutor Miguel Jaquetta, 30.
Então, quem aprender no Ski Mountain Park, vai se sair melhor na hora de encarar as descidas na neve quando viajar para uma estação de esqui no exterior.

Para experientes
"Ah! Hoje acordei com uma vontade de esquiar!", pensa o turista que já pisou na neve.
Se você é um desses nostálgicos -mas tempo e dinheiro o impedem de dar uma escapadinha à estação nevada mais próxima- e não quer simplesmente se resignar, aproveite a pista de plástico.
Dá para matar a vontade e (um pouco) a saudade. Além disso, o lugar fica no alto de uma montanha de 1.200 m e, se fizer um friozinho, quase se sente o "clima" de uma pista de verdade. E fique atento pois, em julho, o parque costuma colocar neve artificial. Já é alguma coisa. Senão, use a imaginação e aproveite. De qualquer forma, dá para treinar um pouquinho para não perder o jeito e se preparar para a próxima viagem na neve de verdade.


Ski Mountain Park - Estrada da Serrinha s/nš, bairro Cambará. Em janeiro, está funcionando de terça a domingo e nos feriados, das 10h às 18h. A partir de fevereiro abrirá apenas de quinta a domingo. Informações: 0/xx/11/4712-3299. A entrada para o parque é gratuita de terça à sexta. Aos sábados, domingos e feriados, custa R$ 10 por veículo de passeio e R$ 5 para motocicletas. Pessoas a pé pagam R$ 3. O preço para praticar esqui e snowboard é de R$ 15 cada meia hora e R$ 0,50 o minuto adicional. Depois de uma hora, o minuto adicional cai para R$ 0,43. Valor inclui equipamentos.

Luís Souza hospedou-se a convite do hotel Villa Rossa


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