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Habitantes cativam com doce e fé
do enviado especial
Em São Cristóvão, há duas pessoas que cativam pela simpatia e
pela humildade.
São eles Maria Eugênia Sobral,
87, a dona Geninha, e Manuel
Santos, 63. Vale a pena conversar
com ambos.
A dona Geninha é responsável
pelo doce mais famoso e tradicional da cidade, a queijada.
Apesar do nome, queijo não entra na lista de ingredientes. O doce
-no formato de um círculo- é
feito com coco, ovos, açúcar, farinha de trigo e manteiga.
De consistência firme e sabor
suave -não é excessivamente doce-, a queijada é comercializada
por R$ 1 a unidade.
É uma boa pedida para comer no
café da manhã ou simplesmente
num lanche.
Dona Geninha, que, além da
queijada, faz outros doces desde
os 20 anos, vende as iguarias em
sua própria casa.
E o endereço? Descobri-lo é
muito fácil. Basta perguntar onde
a doceira mora. Todos os moradores da cidade sabem.
"Vem bastante turista, tanto
brasileiro quanto estrangeiro,
comprar queijada aqui", afirma
dona Geninha. "O meu doce é conhecido até na Espanha."
Guia da igreja
Manoel Santos é o guia da igreja
da Ordem Terceira do Carmo. Está na profissão há 20 anos. "Antes,
eu não fazia nada."
Carismático, Santos demonstra
grande conhecimento sobre os aspectos religiosos, artísticos e arquitetônicos do templo.
Sua renda é obtida por meio de
uma pensão de meio salário mínimo e as gorjetas que geralmente
recebe dos visitantes.
Religioso, ele diz que faz o serviço com "a alma e o coração". E
completa: "Até hoje não sei o que é
sentir uma tristeza".
"Tenho uma leitura pequenininha. Fui aprendendo as coisas
com o passar do tempo", afirma
Santos. Deficiente físico, ele dispensa o uso de sua cadeira de rodas, pelo menos enquanto está
trabalhando.
Ela fica parada na frente da porta
da igreja. Auxiliado por amigos,
Santos é levado para o interior do
templo. "Nós, deficientes físicos,
devemos sempre estar alegres com
Deus e com os amigos", diz.
Caravanas
Com protetores de joelhos e
mãos, ele permanece no chão contando a história para os turistas.
"Depois dos sergipanos, vêm
muitos paulistas, cearenses, baianos e cariocas."
Santos diz também que muitas
caravanas de pessoas religiosas
vêm visitar a igreja.
"Elas agradecem às graças e milagres recebidos", afirma.
(CSc)
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