|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PEQUENO NOTÁVEL
Vestido a caráter, grupo folclórico relembra batalhas históricas com armas antigas e tiros de festim
Bacamarteiro faz show em ponto de bala
do enviado especial a Sergipe
A lembrança de velhas guerras,
batalhas e disputas ocorridas no
Brasil-Colônia, passando pelo Império e chegando até o cangaço, na
década de 30, é o principal tema
dos grupos de bacamarteiros que
existem em Sergipe e em todo o
resto do Nordeste.
Segundo a folclorista e professora aposentada da Universidade Federal de Sergipe Núbia do Nascimento Marques, 70, a origem do
termo bacamarte é francesa
-vem de "braquemart", que significa arma de fogo.
E é exatamente com réplicas dessas antigas armas que os grupos
-basicamente formados por homens- rememoram fatos históricos como a campanha de Canudos
e a luta dos portugueses para expulsar os holandeses.
Os grupos sergipanos são do tipo
boca-de-sino, ou seja, usam pólvora seca na arma. "É por isso que
levanta aquela fumaceira danada
durante uma apresentação", afirma Núbia.
No grupo de São Cristóvão, formado por 22 pessoas de ambos os
sexos, a vestimenta é composta
por calça e camisa azul e chapéu de
couro. "Estamos na rua só para
passar alegria e relembrar antigas
disputas", diz o bacamarteiro Raimundo Bispo dos Santos, 72.
A apresentação é muito ruidosa.
Tiros e mais tiros são dados sob os
olhares curiosos da população e
dos turistas. Segundos depois,
uma imensa nuvem de fumaça cobre todos. Enquanto caminham,
os bacamarteiros cantam músicas
populares e dançam.
(CSc)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|