SUZANA BARELLI
enviada especial a Miami

Miami é uma cidade de latinos. O espanhol -e até mesmo o português em alguns locais- chega a ser mais falado que o inglês.
Faça o teste logo no aeroporto internacional. Na hora de alugar um carro, a atendente da Avis fala inglês e espanhol, mas opta pela segunda língua naturalmente.
"Ela é latina", comenta (em português) um homem na fila. Na saída da garagem, já com o carro alugado, o sorriso da moça da portaria virá se o agradecimento for em espanhol.
Ao chegar ao hotel, o recepcionista começa a falar em espanhol ao notar a primeira dificuldade com o inglês. E não adianta insistir que a idéia é aproveitar a viagem para treinar a prática do inglês. A partir desse momento, ele só falará em espanhol.
O mesmo vale para a maioria dos prestadores de serviço, com exceções como o badalado (e bonito) distrito Art Deco, de Miami Beach. Nas lojas de grife, o espanhol também perde espaço.
Mas, por outro lado, num passeio por Downtown (bairro no qual os brasileiros realizam seus sonhos de consumo), é provável você ser parado na rua para responder a uma pergunta em português. Não pergunte como, mas descobrem que você é brasileiro.
A explicação para tanta latinidade é simples: na cidade há pelo menos 1 milhão de cubanos, que convivem com outros autênticos representantes da América Latina.
Além disso, a maioria dos turistas latino-americanos desembarca na cidade quando o destino são os Estados Unidos.
Olhando no mapa é mais fácil ainda entender: a cidade fica quase no golfo do México e a não muitos quilômetros de Cuba. E os latinos se sentem muito bem na cidade, principalmente os cubanos.
"Eu nasci no dia em que vim para cá", diz Catalina Benitez, que tem uma loja de bugigangas para festas em Little Havana (pequena Havana), o bairro cubano.