São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

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internacional

Turistas somem do Quênia, rombo deve chegar a US$ 3,6 bi

CRISE Conflito que começou nos últimos dias de 2007 afastou visitantes; Kenya Airways cancelou vôos para Paris

DA REDAÇÃO

Em maio de 2007, o turismo bateu recordes no Quênia. No ano todo, o setor faturou US$ 1 bilhão, tornando-se a mais importante fonte de renda da economia mais estável do leste africano. O clima de euforia gerou a meta de atingir, até 2012, a marca de 5 milhões de turistas por ano.
O ano de 2008 era para ser a continuação desse crescimento. Mas o resultado das eleições de 27 de dezembro do ano passado gerou a crise que se estende até hoje e já deixou mil mortos e centenas de milhares de refugiados.
Países como França, Estados Unidos e Reino Unido divulgaram avisos a seus cidadãos para que evitassem viajar para certas áreas do país. Três meses depois do início da crise -no início desta semana- a Kenya Airways (www.kenya-airways.com), uma das principais companhias aéreas do continente africano e membro da aliança SkyTeam (www.skyteam.com), cancelou os três vôos semanais ligando Paris a Nairóbi, capital do país, devido à falta de passageiros.
As companhias aéreas inglesas continuam a voar para o país. Nenhuma norte-americana tem freqüência para lá. A capital queniana é um centro de distribuição de vôos para o leste africano.
Os números são desoladores. Há 34 mil quartos de hotéis vazios na costa queniana, que estaria agora em sua alta temporada -no ano passado, era impossível conseguir um leito ali. No começo do mês, havia míseros 1.900 turistas na região.
Uma aliança que reúne o setor privado no país estimou que a crise política vai acabar com 400 mil vagas de emprego e que se a situação perdurar até junho, o prejuízo será de US$ 3,6 bilhões.
O Parque Nacional Lago Nakuru, uma das principais atrações do país, registrou queda de 70% no número de visitantes comparando o meses de janeiro de 2008 e de 2007.

Conversas
Em linhas gerais, a crise começou quando o saiu o resultado da eleição presidencial. Mwai Kibaki, que tentava a reeleição, venceu contra Raila Odinga. O primeiro é da etnia kikuyu, o segundo, luo. Odinga acusou Kibaki de fraudar o resultado. A partir daí começou o conflito entre os dois grupos.
O ex-secretário geral da ONU Kofi Annan media as negociações que buscam uma divisão de poder entre os dois grupos. Com Condolezza Rice, que esteve no país nesta semana, pressiona Kibaki e Odinga a fazerem um acordo.
O turismo no Quênia já viveu outras situações de crise em 1998 e 2002, quando houve bombardeios da Al Qaeda. Em ambas as situações, os EUA advertiram seus cidadãos a não visitar o país. A recuperação do setor levou três anos. Em 2005, já estava estabilizado. E a partir daí cresceu até bater recordes no ano passado.


Com agências internacionais


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