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internacional
Turistas somem do Quênia, rombo deve chegar a US$ 3,6 bi
CRISE Conflito que começou nos últimos dias de 2007 afastou visitantes; Kenya Airways cancelou vôos para Paris
DA REDAÇÃO
Em maio de 2007, o turismo
bateu recordes no Quênia. No
ano todo, o setor faturou US$ 1
bilhão, tornando-se a mais importante fonte de renda da economia mais estável do leste
africano. O clima de euforia gerou a meta de atingir, até 2012,
a marca de 5 milhões de turistas por ano.
O ano de 2008 era para ser a
continuação desse crescimento. Mas o resultado das eleições
de 27 de dezembro do ano passado gerou a crise que se estende até hoje e já deixou mil mortos e centenas de milhares de
refugiados.
Países como França, Estados
Unidos e Reino Unido divulgaram avisos a seus cidadãos para
que evitassem viajar para certas áreas do país. Três meses
depois do início da crise -no
início desta semana- a Kenya
Airways (www.kenya-airways.com), uma das principais
companhias aéreas do continente africano e membro da
aliança SkyTeam (www.skyteam.com), cancelou os três
vôos semanais ligando Paris a
Nairóbi, capital do país, devido
à falta de passageiros.
As companhias aéreas inglesas continuam a voar para o
país. Nenhuma norte-americana tem freqüência para lá. A capital queniana é um centro de
distribuição de vôos para o leste africano.
Os números são desoladores.
Há 34 mil quartos de hotéis vazios na costa queniana, que estaria agora em sua alta temporada -no ano passado, era impossível conseguir um leito ali.
No começo do mês, havia míseros 1.900 turistas na região.
Uma aliança que reúne o setor privado no país estimou
que a crise política vai acabar
com 400 mil vagas de emprego
e que se a situação perdurar até
junho, o prejuízo será de US$
3,6 bilhões.
O Parque Nacional Lago Nakuru, uma das principais atrações do país, registrou queda
de 70% no número de visitantes comparando o meses de janeiro de 2008 e de 2007.
Conversas
Em linhas gerais, a crise começou quando o saiu o resultado da eleição presidencial.
Mwai Kibaki, que tentava a reeleição, venceu contra Raila
Odinga. O primeiro é da etnia
kikuyu, o segundo, luo. Odinga
acusou Kibaki de fraudar o resultado. A partir daí começou o
conflito entre os dois grupos.
O ex-secretário geral da ONU
Kofi Annan media as negociações que buscam uma divisão
de poder entre os dois grupos.
Com Condolezza Rice, que esteve no país nesta semana,
pressiona Kibaki e Odinga a fazerem um acordo.
O turismo no Quênia já viveu
outras situações de crise em
1998 e 2002, quando houve
bombardeios da Al Qaeda. Em
ambas as situações, os EUA advertiram seus cidadãos a não
visitar o país. A recuperação do
setor levou três anos. Em 2005,
já estava estabilizado. E a partir
daí cresceu até bater recordes
no ano passado.
Com agências internacionais
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