São Paulo, segunda-feira, 21 de maio de 2001

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CRUZEIROS

Transatlântico chega ao país em dezembro substituindo navio com metade de sua capacidade

Costa Clássica entra na guerra

João Batista Natali/Folha Imagem
Detalhe do deque superior do Costa Clássica, de 53 mil toneladas, com a danceteria ao fundo


JOÃO BATISTA NATALI
ENVIADO ESPECIAL AO MEDITERRÂNEO

O Mediterrâneo não é tão povoado de transatlânticos quanto o Caribe, mercado prioritário para os 6,9 milhões de norte-americanos (80% dos passageiros) que no ano passado embarcaram em cruzeiros marítimos.
Mas os portos que vão da Espanha à Turquia, do Egito à Tunísia, também se tornaram um formigueiro de barcos luxuosos de passageiros. O Costa Clássica, um italiano da frota da Costa Cruzeiros, é um deles.
Não é só um navio. É igualmente munição pesada na guerra comercial pelo mercado do verão brasileiro, que em dezembro do ano passado se aqueceu com a entrada da Royal Caribbean.
Seu Splendour of the Seas (69 mil toneladas, 1.800 passageiros) fez sucesso junto aos que, até então, tinham como quase única escolha a frota da Costa, que há 52 anos desembarca em Santos e no Rio de Janeiro.
O Costa Clássica, com 53 mil toneladas e 654 cabines (até 1.660 passageiros), substitui no litoral brasileiro, entre dezembro e fevereiro, o mais modesto Costa Marina, de 25 mil toneladas e 770 passageiros por trajeto.
Chega também ao Brasil pela primeira vez o Costa Tropicale (1.300 passageiros), que pertencia à frota da Carnival Cruise e está sendo agora reformado.
O Clássica, em operação desde janeiro de 1992 e que passou por uma reforma até março último, é um barco bem acima da média no conjunto de 104 transatlânticos de 19 companhias em operação nos sete mares. É a avaliação do Cruise Ship Reviews, site da internet frequentado por curiosos e profissionais do turismo.

Mediterrâneo
Os cruzeiros da Costa no Mediterrâneo incluem portos como Barcelona, Palma de Mallorca e Cannes (leia sobre esses destinos nas págs. F4 e F5).
Ir e voltar de avião até a Europa para embarcar num cruzeiro é uma opção que seduz menos de 1.500 clientes brasileiros da empresa de navegação italiana.
Eles foram bem mais numerosos, 13 mil na última temporada, nos cruzeiros realizados na própria costa brasileira. E poderão chegar a 23 mil na temporada que vem, dependendo, é claro, da cotação do dólar.
Mas embarcar na Europa tem como atrativo a tarifa aérea de grupo (US$ 549 até Milão, ida e volta), uma passagem marítima em média mais barata que diárias de um bom hotel e refeições em bons restaurantes (US$ 110 a US$ 190 por dia de navegação).
Existe sobretudo a incomensurável quantidade de lugares a serem visitados em cada escala. O que é ao mesmo tempo o grande defeito e a melhor qualidade dos cruzeiros marítimos.
Uma delícia, por exemplo, chegar a Barcelona.
Mas é frustrante permanecer apenas sete horas numa cidade que tem 17 lindos museus, os monumentos urbanos restaurados desde a Olimpíada de 1992 e ainda as obras do arquiteto Antonio Gaudí (1852-1926), que embelezam com o delírio das formas a cosmopolita capital da Catalunha.
Há os que viajam em razão dos portos de escala, mas também aqueles que têm como destino o próprio navio, aproveitando seus equipamentos internos, como cassino, piscinas, excelente comida e vinhos italianos.
Ou ainda os que optam pelos cruzeiros temáticos, que transformam a viagem em pretexto para o namoro (gays, "singles") ou dieta e exercícios (fitness).


João Batista Natali viajou a convite da Costa Cruzeiros



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