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CRUZEIROS
Andar pelo centro da cidade, que vale pelo menos três dias de visita, é como passear pelos corredores de um museu
Gênova é porta da Europa em grande estilo
DO ENVIADO ESPECIAL AO MEDITERRÂNEO
A Itália é um país tão rico em cidades com catedrais góticas e palácios renascentistas que pouco se
fala de Gênova. Se for esse o seu
porto de embarque para um cruzeiro no Mediterrâneo, vale a pena chegar três dias antes para se
abastecer culturalmente. É um jeito de pôr os pés na Europa em
grandíssimo estilo.
Gênova ostenta as riquezas de
suas antigas elites, responsáveis
pela expansão comercial a partir
do século 11 e que no século 16 administraram a mais próspera e
agressiva máquina financeira daqueles tempos, com seus armadores, comerciantes, seguradores e,
sobretudo, banqueiros.
As fortunas acumuladas respingaram na formação de uma multidão de artesãos prósperos, moradores, a partir da Baixa Idade
Média, das ruelas estreitas e escuras do hoje centro histórico.
Quanto aos aristocratas, vale a
pena percorrer alguns quarteirões
da via Garibaldi para apreciar os
palácios das famílias Giustiniani,
Spinola ou Grimaldi, todos do século 16 e que trazem telas e afrescos de artistas como Van Dyck ou
Rubens. Para ver a produção italiana, o ideal é uma visita ao palácio Ducal, centro do poder temporal a partir do século 12 e com
sua fachada infelizmente restaurada há pouco mais de cem anos
em estilo neoclássico.
Até 21 de julho o palácio abriga a
exposição "Viaggio in Italia" (viagem na Itália), com a evocação,
por meio de telas e manuscritos,
da passagem de estrangeiros
-Chateubriand, Goethe, Dickens, Flaubert, Proust- por terras italianas.
Andar pelo centro da cidade é
como passear pelos corredores de
um museu. Veja por exemplo a
Porta Soprana e a Porta dei Vacca,
ambas de 1155, com suas duas torres fortificadas.
Ou então o palácio São Jorge,
iniciado no século 13, o palácio de
Andrea Doria, na praça San Matteo, ou o da família Doria, na via
Garibaldi, com um dos mais ricos
ambientes dourados em rococó
da arquitetura italiana.
A catedral de São Lourenço (século 12) é preciosa. Traz nas capelas laterais esculturas e afrescos do
século 16, período da maior prosperidade mercantilista da cidade.
A impressão que se tem é que
Gênova deixa muito pouco a dever a Florença, que é, até segunda
ordem, a maior concentração européia de tesouros artísticos por
quilômetro quadrado.
Os genoveses foram grandes
navegantes. Não pelo gosto da
aventura ou pela curiosidade geográfica, mas com o objetivo de ganhar dinheiro mesmo. Cristóvão
Colombo -pode-se visitar sua
casa- é obviamente o mais conhecido entre todos eles.
Gênova é também uma cidade
em que se come muito bem. Para
os gastrônomos, há publicações
que listam pratos e restaurantes.
E, se você estiver com crianças,
não deixe de visitar o aquário. É o
maior da Europa e está sempre
cheio de gente (1,5 milhão de visitantes ao ano).
(JBN)
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