São Paulo, segunda-feira, 21 de maio de 2001

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CRUZEIROS

Andar pelo centro da cidade, que vale pelo menos três dias de visita, é como passear pelos corredores de um museu

Gênova é porta da Europa em grande estilo

DO ENVIADO ESPECIAL AO MEDITERRÂNEO

A Itália é um país tão rico em cidades com catedrais góticas e palácios renascentistas que pouco se fala de Gênova. Se for esse o seu porto de embarque para um cruzeiro no Mediterrâneo, vale a pena chegar três dias antes para se abastecer culturalmente. É um jeito de pôr os pés na Europa em grandíssimo estilo.
Gênova ostenta as riquezas de suas antigas elites, responsáveis pela expansão comercial a partir do século 11 e que no século 16 administraram a mais próspera e agressiva máquina financeira daqueles tempos, com seus armadores, comerciantes, seguradores e, sobretudo, banqueiros.
As fortunas acumuladas respingaram na formação de uma multidão de artesãos prósperos, moradores, a partir da Baixa Idade Média, das ruelas estreitas e escuras do hoje centro histórico.
Quanto aos aristocratas, vale a pena percorrer alguns quarteirões da via Garibaldi para apreciar os palácios das famílias Giustiniani, Spinola ou Grimaldi, todos do século 16 e que trazem telas e afrescos de artistas como Van Dyck ou Rubens. Para ver a produção italiana, o ideal é uma visita ao palácio Ducal, centro do poder temporal a partir do século 12 e com sua fachada infelizmente restaurada há pouco mais de cem anos em estilo neoclássico.
Até 21 de julho o palácio abriga a exposição "Viaggio in Italia" (viagem na Itália), com a evocação, por meio de telas e manuscritos, da passagem de estrangeiros -Chateubriand, Goethe, Dickens, Flaubert, Proust- por terras italianas.
Andar pelo centro da cidade é como passear pelos corredores de um museu. Veja por exemplo a Porta Soprana e a Porta dei Vacca, ambas de 1155, com suas duas torres fortificadas.
Ou então o palácio São Jorge, iniciado no século 13, o palácio de Andrea Doria, na praça San Matteo, ou o da família Doria, na via Garibaldi, com um dos mais ricos ambientes dourados em rococó da arquitetura italiana.
A catedral de São Lourenço (século 12) é preciosa. Traz nas capelas laterais esculturas e afrescos do século 16, período da maior prosperidade mercantilista da cidade.
A impressão que se tem é que Gênova deixa muito pouco a dever a Florença, que é, até segunda ordem, a maior concentração européia de tesouros artísticos por quilômetro quadrado.
Os genoveses foram grandes navegantes. Não pelo gosto da aventura ou pela curiosidade geográfica, mas com o objetivo de ganhar dinheiro mesmo. Cristóvão Colombo -pode-se visitar sua casa- é obviamente o mais conhecido entre todos eles.
Gênova é também uma cidade em que se come muito bem. Para os gastrônomos, há publicações que listam pratos e restaurantes.
E, se você estiver com crianças, não deixe de visitar o aquário. É o maior da Europa e está sempre cheio de gente (1,5 milhão de visitantes ao ano). (JBN)



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