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POR DENTRO DA AVIAÇÃO INTERNACIONAL
Jatos regionais decolam em Le Bourget
MARISTELA DO VALLE
enviada especial à França e à Alemanha
Enquanto a gigantesca Boeing
tentava fazer decolar o B-717/200
-seu novo avião para rotas curtas
e médias- durante o 43º Salão Internacional de Aeronáutica de Le
Bourget, na França, a brasileira
Embraer foi a fabricante da aviação civil que recebeu o maior número de encomendas até sexta-feira: 117, contra 72 da Boeing e 33 da
Airbus, segundo dados divulgados
pela agência de notícias "Reuters".
Dividindo o mercado dos grandes jatos comerciais com o consórcio europeu Airbus, a norte-americana Boeing concebeu o bijato B-717 a partir do antigo modelo MD-95, projetado pela então McDonnell Douglas. Essa empresa, também norte-americana, foi comprada pela Boeing em 1997.
De acordo com alguns especialistas, o B-717, com capacidade para
cem passageiros, exigiria um treinamento especial para pilotos, o
que poderia encarecer a integração
do bijato às frotas das companhias.
Redução de custos
Hoje, as companhias aéreas tendem a escolher aviões que proporcionam custos operacionais e de
manutenção mais baixos. Apesar
de importante, o quesito conforto
do passageiro não é considerado
prioridade por todas as empresas.
O presidente da Embraer, Mauricio Botelho, conta que nos EUA as
companhias criticam o revestimento de couro nas poltronas e o
espaço destinado para catering
(alimentação a bordo), como prateleiras e local para guardar carrinhos. Isso porque, para reduzir
custos, as empresas norte-americanas não costumam oferecer comida em vôos domésticos de curta
distância.
Com isso, alguns aviões usados
em vôos regionais têm interior flexível, que propicia a alteração da
capacidade de passageiros de acordo com a necessidade da companhia aérea.
O modelo 728-Jet, da Fairchild,
por exemplo, pode ser configurado para 70 ou 80 passageiros. Essa
fabricante norte-americana já recebeu encomendas de seu bijato,
cujo preço de referência é US$ 27
milhões e que deve entrar em operação em 2002.
O modelo ERJ-135, da Embraer,
conta com um banheiro mais espaçoso, ocupando praticamente toda
a largura traseira da aeronave, o
que oferece mais conforto para o
passageiro. O ERJ-135, com capacidade para 37 passageiros, custa
cerca de US$ 13,2 milhões.
Mas o avião brasileiro que mais
despertou a atenção em Le Bourget
foi o ERJ-145 (para 50 passageiros), que obteve 42 encomendas
até sexta-feira. Entre os interessados estão a suíça Crossair (num
contrato de US$ 4,9 bilhões) e a InterCanadian, do mesmo país de
origem da principal concorrente
da Embraer, a Bombardier.
Maristela do Valle viajou a convite da Varig,
Lufthansa e Star Alliance.
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