do enviado especial a Curitiba

Com seus 4.000 m2 de área construída, 1.800 lugares na platéia e 46 camarotes para mais 600 espectadores, a Ópera de Arame de Curitiba não deixa de ser um edifício imponente e merecedor de visita.
Uma ponte de ferro trançado leva da rua ao prédio e dá um frio na barriga. O medo de cair nas águas verdes e barrentas do lago -cheio de carpas, cisnes e patos- sob seus pés só é superado pela vontade de conhecer a ópera de perto.
O prédio -inaugurado em 18 de março de 1992- segue a "estética da gaiola" (muito ferro e vidro) de outras edificações curitibanas e revela poltronas confortáveis e boa visibilidade de qualquer ponto.
A idéia original era copiar a ópera de Paris, mas, segundo os curitibanos, os parisienses não frequentariam a casa da capital francesa caso ela fosse sujeita a intempéries, como é a Ópera de Arame.
Além do lago, completam o rol de atrações do complexo uma parede de pedra ao lado de uma cachoeira. A parede sustenta placas com os nomes dos músicos que já se apresentaram no teatro.
Autopromoção
Essas placas também servem como depósito do egocentrismo e da autopromoção de ex-prefeitos.
Assim sendo, você passa algum tempo vendo os nomes de Tom Jobim, Jaime Lerner, Chico Buarque, Rafael Greca, Roberto Carlos, Jaime Lerner, Arthur Moreira Lima, Rafael Greca.
Depois de passar pela parede de pedra, você entra em uma área que mostra, por meio de painéis, algumas idéias aplicadas em Curitiba.
Entre fotos e nomes, você vê um ônibus articulado, Rafael Greca, um parque, Jaime Lerner, um mutirão, Rafael Greca, reciclagem de lixo, Jaime Lerner.
Até pela proximidade, aproveite sua visita à ópera para conhecer a pedreira Paulo Leminski, que abriga um palco gigantesco sobre o qual já pisaram Roberto Carlos e Paul McCartney.
A pedreira foi palco para que os curitibanos mostrassem seu lado punk. Durante um show da banda norte-americana Ramones em novembro de 94, 40 pessoas foram detidas por baderna, embriaguez e uso de drogas. (EDSON FRANCO)

Ópera de Arame: r. João Gava, Pilarzinho



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