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'Feirinha' estimula o consumo impulsivo
do enviado especial
Num arroubo de modéstia, os
curitibanos chamam de "feirinha" a gigantesca feira de artesanato que acontece todos os domingos ao longo do lago da Ordem, no centro. É um programão.
Ocupando ruas, vielas transversais e praças, a "feirinha" é o receptáculo de vários tipos de comércio e de comerciantes.
São antiguidades, suvenires,
quinquilharias, objetos de decoração, peças para carros antigos, comida e curitibanos de todos os matizes, reconhecíveis pelo sotaque e
por uma sinceridade contundente.
É comum ouvir vendedores e
consumidores com sotaque cantado discutindo preço e qualidade
com termos nem sempre cordiais.
Apesar da grande variedade de
artigos, dominam aqueles que geram um impulso consumista num
primeiro momento, enfeitam a sala da casa do consumidor num segundo, são transferidos para o sítio num terceiro e, por fim, são
doados para o caseiro.
Nessa categoria estão as estatuetas com camisas de times de futebol, bonecas de pano, esculturas
de sucata, naturezas-mortas, piranhas embalsamadas, quebra-cabeças com pregos.
Os preços convidativos dão coceira no bolso. Quem estiver na
companhia de crianças dificilmente vai escapar do passeio sem desembolsar algum dinheiro.
Comida
Como a culinária regional não é
o forte de Curitiba, nas barracas
alimentícias você encontra acarajés, alfajores, empanadas, pastéis,
esfihas e chocolates.
Um dos cantos mais interessantes da feira é aquele que reúne colecionadores de carros antigos.
Ali, os únicos artigos à venda são
peças e acessórios para automóveis fora de linha.
Entre Mavericks, Impalas, Mercedes, camionetes e Fuscas, os colecionadores não discutem preços.
Conversam sobre virabrequim, diferencial, carter e peregrinações
atrás daquela peça impossível.
A visita à "feirinha" também
vale pelas atrações que vão aparecendo pelo meio do caminho.
No centro nervoso da feira, o relógio das flores (não tão colorido
nesta época do ano) vem atraindo
olhares desde o dia 15 de julho de
1972.
A partir do relógio, na direção
oeste, você entra na rua Dr. Kellers
e encontra o Museu de Arte do Paraná e os minaretes do Memorial
da Imigração Árabe.
Com a divertida combinação de
listras verdes e brancas na fachada,
o memorial promove um encontro inusitado entre as estéticas do
deserto árabe e dos mastros das
barbearias norte-americanas.
Na direção leste, a partir do relógio das flores, surge um prédio
bem ao estilo da cidade: "estética
da gaiola", piso de paralelepípedo, escada em forma de caracol e
placas com os nomes dos ex-prefeitos Jaime Lerner e Rafael Greca.
Trata-se do Memorial da Cidade,
estrutura de 5.000 m2, com altura
equivalente a um prédio de sete
andares e que simula a forma de
um pinheiro-do-paraná.
Foi construído para celebrar os
300 anos da capital paranaense,
completados em 1992.
(EF
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