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Tumba em Xian terá novas escavações
Local guarda guerreiros de terracota; acredita-se que construção, feita por por 720 mil escravos, durou 38 anos
Visitante pode observar as figuras descobertas em seu local de origem; algumas precisam passar por restauro
DA EFE
De acordo com arqueólogos, a China vai investir nas
escavações do mausoléu do
imperador Qin Shi Huang,
em Xian, que forma parte do
grupo de esculturas dos famosos guerreiros de terracota, assim que tiver acesso à
tecnologia adequada.
Xu Wrihong e Cao Wei -a
diretora da equipe arqueológica e o subdiretor do museu
dos guerreiros de Xian, respectivamente- explicaram
na terça-feira os detalhes dos
locais a serem escavados, na
cidade espanhola de Oviedo,
onde receberão hoje o Prêmio Príncipe de Astúrias de
Ciências Sociais 2010.
Cao Wei afirmou que as informações recolhidas até o
momento indicam que a
tumba guarda uma grande
concentração de mercúrio e
um salão enorme. "Além disso, estamos em processo de
investigação. Quando estivermos preparados adequadamente do ponto de vista
tecnológico, poderemos iniciar os trabalhos de escavação da tumba", disse.
Os representantes da equipe reconheceram que o governo chinês ainda não oficializou a concessão do prêmio, que receberão das mãos
do príncipe Felipe, herdeiro
da Coroa da Espanha.
Eles sabem que, pela internet, somente os 25% da população chinesa com acesso
à rede podem ter acesso a essa informação. Apesar disso,
Cao Wei afirmou que o novo
projeto, quando for conhecido, produzirá um impacto
importante na população
chinesa e, sobretudo, no
mundo arqueológico.
De sua parte, a diretora
disse que a notícia teve "muita influência" em seu país e
que a equipe arqueológica foi
felicitada por colegas de profissão, apesar de a notícia ter
sido divulgada apenas em algumas páginas na web.
Qin Shi Huang, primeiro
regente a conseguir a unificação da China, ordenou a
construção de sua tumba em
uma colina a 27 km de Xian
há mais de 2.200 anos, para
que todo seu séquito e seu
Exército pudessem acompanhá-lo em sua viagem para o
outro mundo.
A equipe de investigação,
hoje formada por 15 arqueólogos, em sua maioria mulheres, descobriu até o momento cerca de 2.000 figuras
que foram enterradas entre
os anos 221 e 210 a.C.
A descoberta ocorreu há
36 anos, quando o grupo de
esculturas foi achado por
acaso por camponeses de
Lintong. Até o momento foram feitas três campanhas
para desenterrar as peças do
mausoléu. Acredita-se que o
local levou 38 anos para ser
construído, trabalho feito
por 720 mil escravos.
Todas as estátuas dos
guerreiros medem 1,80 m, tamanho superior à média da
população chinesa. Pinturas
de cores vivas e a diversidade
das roupas e dos penteados
evidenciam que pertenciam
a diferentes estirpes e etnias.
Para a diretora do time de
arqueólogos, as informações
dos uniformes possibilitam
um estudo sobre a dinastia
Qin com mais exatidão.
Ela também ressaltou que
não existe uma relação direta
entre a vida nos povoados
próximos da tumba naquele
tempo e na atualidade, mas
afirmou que a cultura chinesa continua mantendo sua
transcendência, com a conservação de muitos objetos e
tradições do passado.
Xu Wrihong destacou que
os últimos trabalhos arqueológicos descobriram outras
120 estátuas, que estavam estragadas. Ressaltou que, como as anteriores, nenhuma
representa uma mulher, ainda que vestígios indiquem
que haviam mulheres entre
os trabalhadores da tumba.
Os visitantes do museu podem observar todas as figuras desenterradas em seu local de origem, ainda que algumas precisem de conservação especial.
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