São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Tumba em Xian terá novas escavações

Local guarda guerreiros de terracota; acredita-se que construção, feita por por 720 mil escravos, durou 38 anos

Visitante pode observar as figuras descobertas em seu local de origem; algumas precisam passar por restauro

DA EFE

De acordo com arqueólogos, a China vai investir nas escavações do mausoléu do imperador Qin Shi Huang, em Xian, que forma parte do grupo de esculturas dos famosos guerreiros de terracota, assim que tiver acesso à tecnologia adequada.
Xu Wrihong e Cao Wei -a diretora da equipe arqueológica e o subdiretor do museu dos guerreiros de Xian, respectivamente- explicaram na terça-feira os detalhes dos locais a serem escavados, na cidade espanhola de Oviedo, onde receberão hoje o Prêmio Príncipe de Astúrias de Ciências Sociais 2010.
Cao Wei afirmou que as informações recolhidas até o momento indicam que a tumba guarda uma grande concentração de mercúrio e um salão enorme. "Além disso, estamos em processo de investigação. Quando estivermos preparados adequadamente do ponto de vista tecnológico, poderemos iniciar os trabalhos de escavação da tumba", disse.
Os representantes da equipe reconheceram que o governo chinês ainda não oficializou a concessão do prêmio, que receberão das mãos do príncipe Felipe, herdeiro da Coroa da Espanha.
Eles sabem que, pela internet, somente os 25% da população chinesa com acesso à rede podem ter acesso a essa informação. Apesar disso, Cao Wei afirmou que o novo projeto, quando for conhecido, produzirá um impacto importante na população chinesa e, sobretudo, no mundo arqueológico.
De sua parte, a diretora disse que a notícia teve "muita influência" em seu país e que a equipe arqueológica foi felicitada por colegas de profissão, apesar de a notícia ter sido divulgada apenas em algumas páginas na web.
Qin Shi Huang, primeiro regente a conseguir a unificação da China, ordenou a construção de sua tumba em uma colina a 27 km de Xian há mais de 2.200 anos, para que todo seu séquito e seu Exército pudessem acompanhá-lo em sua viagem para o outro mundo.
A equipe de investigação, hoje formada por 15 arqueólogos, em sua maioria mulheres, descobriu até o momento cerca de 2.000 figuras que foram enterradas entre os anos 221 e 210 a.C.
A descoberta ocorreu há 36 anos, quando o grupo de esculturas foi achado por acaso por camponeses de Lintong. Até o momento foram feitas três campanhas para desenterrar as peças do mausoléu. Acredita-se que o local levou 38 anos para ser construído, trabalho feito por 720 mil escravos.
Todas as estátuas dos guerreiros medem 1,80 m, tamanho superior à média da população chinesa. Pinturas de cores vivas e a diversidade das roupas e dos penteados evidenciam que pertenciam a diferentes estirpes e etnias.
Para a diretora do time de arqueólogos, as informações dos uniformes possibilitam um estudo sobre a dinastia Qin com mais exatidão.
Ela também ressaltou que não existe uma relação direta entre a vida nos povoados próximos da tumba naquele tempo e na atualidade, mas afirmou que a cultura chinesa continua mantendo sua transcendência, com a conservação de muitos objetos e tradições do passado.
Xu Wrihong destacou que os últimos trabalhos arqueológicos descobriram outras 120 estátuas, que estavam estragadas. Ressaltou que, como as anteriores, nenhuma representa uma mulher, ainda que vestígios indiquem que haviam mulheres entre os trabalhadores da tumba.
Os visitantes do museu podem observar todas as figuras desenterradas em seu local de origem, ainda que algumas precisem de conservação especial.


Texto Anterior: Navio da Disney: Reserva para cruzeiro já pode ser feita
Próximo Texto: Planet@ Letra: Livros preparam viajante para cruzeiros
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.