|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NATAL PRESENTE
Mesmo mais ao norte, Tromso tem clima menos frio
Em uma ilha, cidade portuária norueguesa tem inverno mais ameno devido a uma corrente marítima
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
NA NORUEGA
Pouco depois da fronteira, já
na Noruega, a paisagem começa a mudar, a ficar mais montanhosa, e as estradas mais cheias
de curvas. Excelentes estradas,
por sinal: seguras, sem buracos,
sem perigo de assaltos ou coisas semelhantes.
Entre montanhas nevadas,
ao longe, à direita, está a cordilheira de Lyngen. Lá surge o
primeiro braço de mar do oceano Ártico, cerca de 100 quilômetros antes de se chegar a
Tromso. Inicialmente, pode-se
ter a impressão de que a porção
de água é um imenso lago. Mas
logo aparece na paisagem a imponente ponte que liga o continente à ilha de Tromso.
Cidade portuária e universitária, Tromso é o maior núcleo
urbano do norte da Noruega,
com cerca de 50 mil habitantes.
Cercada de montanhas, com
boa parte das suas construções
em madeira e uma arquitetura
peculiar, típica das cidades costeiras do Ártico, Tromso, assim
como Rovaniemi, é dotada de
excelente estrutura para atender o visitante. Como grande
parte da população fala inglês,
comunicação não é um problema grave. Mesmo porque, como o finlandês, o norueguês é
um idioma insondável.
Embora bastante mais ao
norte, quase no paralelo 70,
Tromso tem clima bem menos
rigoroso do que a Lapônia e registra temperaturas mais elevadas do que as de outras regiões do planeta localizadas na
mesma latitude.
Os noruegueses afirmam que
isso se deve à "gulf stream",
uma corrente marítima quente
que ocorre naquela região do
Ártico e suaviza os rigores do
inverno. Raramente a temperatura baixa dos 10C negativos,
mesmo em janeiro e fevereiro.
Mas, ainda que protegida da
rigorosidade, acontecem ali
fortes nevascas, que cobrem a
paisagem de branco, tornando-a algo homogênea.
Em muitos trechos de estradas da ilha de Tromso e redondezas, só é possível diferenciar
a pista de tráfego do resto da
paisagem graças a hastes flexíveis vermelhas colocadas a cada 50 metros, dos dois lados da
estrada (leia na pág F8). O recurso é usado em nas estradas
norueguesas e finlandesas.
Passeios
Tromso é ponto de partida
para um sem-número de grandes passeios pela região, entre
os quais diversos cruzeiros rápidos pelos fiordes e pelas ilhas
do Ártico.
De carro, as opções também
são muitas. Pode-se sair com
um destino definido, ou simplesmente ir dirigindo pela
ilha, à beira do mar, chegar ao
outro lado e pegar a ponte para
a ilha seguinte, Kvaloya, seguir
em frente cruzando com pequenas vilas de pescadores e
chegar ao mar aberto, no povoado de Sommaroy, a 54 quilômetros do ponto de partida.
Na ilha de Kvaloya, não se deve deixar de conhecer a vila
pesqueira de Hella, que fica a
27 quilômetros de Tromso e
que reúne alguns dos melhores
exemplos da antiga arquitetura
em madeira da região. É um
grande centro de pesca, no verão e na primavera.
Outro ótimo passeio, um
pouco mais distante, é pela belíssima cordilheira dos Lyngen
Alpes, a cerca de 70 quilômetros de Tromso, onde vale a pena gastar algum tempo na pequena vila de Lyngseidet. Dá
para fazer esse passeio no outono, mas ele é mais indicado durante o verão.
O inverno é a temporada forte do turismo em Tromso. Gente de todo o mundo, principalmente da Europa, chega à cidade em busca da experiência ártica, de centros de esportes de
inverno, excursões em trenós
puxados por renas ou cães, pesca no gelo, caminhadas na neve,
passeios em snowmobile e diversos pontos de observação da
aurora boreal.
É possível, por exemplo, alugar barcos para passeios curtos
ou contratar excursões mais
longas, em mar aberto, pelo
oceano Ártico, bem como fazer
passeios de avião sobrevoando
toda a região. As possibilidades
são variadas e de acordo com o
gosto do freguês.
(RENATO PINHEIRO)
Texto Anterior: Extremo norte: Museu retrata detalhes do modo de vida no ártico Próximo Texto: Natal presente: Proezas polares são exaltadas em museus Índice
|