São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

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NATAL PRESENTE

Mesmo mais ao norte, Tromso tem clima menos frio

Em uma ilha, cidade portuária norueguesa tem inverno mais ameno devido a uma corrente marítima

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NA NORUEGA

Pouco depois da fronteira, já na Noruega, a paisagem começa a mudar, a ficar mais montanhosa, e as estradas mais cheias de curvas. Excelentes estradas, por sinal: seguras, sem buracos, sem perigo de assaltos ou coisas semelhantes.
Entre montanhas nevadas, ao longe, à direita, está a cordilheira de Lyngen. Lá surge o primeiro braço de mar do oceano Ártico, cerca de 100 quilômetros antes de se chegar a Tromso. Inicialmente, pode-se ter a impressão de que a porção de água é um imenso lago. Mas logo aparece na paisagem a imponente ponte que liga o continente à ilha de Tromso.
Cidade portuária e universitária, Tromso é o maior núcleo urbano do norte da Noruega, com cerca de 50 mil habitantes.
Cercada de montanhas, com boa parte das suas construções em madeira e uma arquitetura peculiar, típica das cidades costeiras do Ártico, Tromso, assim como Rovaniemi, é dotada de excelente estrutura para atender o visitante. Como grande parte da população fala inglês, comunicação não é um problema grave. Mesmo porque, como o finlandês, o norueguês é um idioma insondável.
Embora bastante mais ao norte, quase no paralelo 70, Tromso tem clima bem menos rigoroso do que a Lapônia e registra temperaturas mais elevadas do que as de outras regiões do planeta localizadas na mesma latitude.
Os noruegueses afirmam que isso se deve à "gulf stream", uma corrente marítima quente que ocorre naquela região do Ártico e suaviza os rigores do inverno. Raramente a temperatura baixa dos 10C negativos, mesmo em janeiro e fevereiro.
Mas, ainda que protegida da rigorosidade, acontecem ali fortes nevascas, que cobrem a paisagem de branco, tornando-a algo homogênea.
Em muitos trechos de estradas da ilha de Tromso e redondezas, só é possível diferenciar a pista de tráfego do resto da paisagem graças a hastes flexíveis vermelhas colocadas a cada 50 metros, dos dois lados da estrada (leia na pág F8). O recurso é usado em nas estradas norueguesas e finlandesas.

Passeios
Tromso é ponto de partida para um sem-número de grandes passeios pela região, entre os quais diversos cruzeiros rápidos pelos fiordes e pelas ilhas do Ártico.
De carro, as opções também são muitas. Pode-se sair com um destino definido, ou simplesmente ir dirigindo pela ilha, à beira do mar, chegar ao outro lado e pegar a ponte para a ilha seguinte, Kvaloya, seguir em frente cruzando com pequenas vilas de pescadores e chegar ao mar aberto, no povoado de Sommaroy, a 54 quilômetros do ponto de partida.
Na ilha de Kvaloya, não se deve deixar de conhecer a vila pesqueira de Hella, que fica a 27 quilômetros de Tromso e que reúne alguns dos melhores exemplos da antiga arquitetura em madeira da região. É um grande centro de pesca, no verão e na primavera.
Outro ótimo passeio, um pouco mais distante, é pela belíssima cordilheira dos Lyngen Alpes, a cerca de 70 quilômetros de Tromso, onde vale a pena gastar algum tempo na pequena vila de Lyngseidet. Dá para fazer esse passeio no outono, mas ele é mais indicado durante o verão.
O inverno é a temporada forte do turismo em Tromso. Gente de todo o mundo, principalmente da Europa, chega à cidade em busca da experiência ártica, de centros de esportes de inverno, excursões em trenós puxados por renas ou cães, pesca no gelo, caminhadas na neve, passeios em snowmobile e diversos pontos de observação da aurora boreal.
É possível, por exemplo, alugar barcos para passeios curtos ou contratar excursões mais longas, em mar aberto, pelo oceano Ártico, bem como fazer passeios de avião sobrevoando toda a região. As possibilidades são variadas e de acordo com o gosto do freguês.
(RENATO PINHEIRO)


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