São Paulo, Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 1999
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ESPANHA
A atual estabilidade política e o crescimento econômico dos últimos 20 anos deixam população de bom humor
Clima de otimismo ocupa
as ruas do país

RICARDO GRINBAUM
enviado especial à Espanha

Quem vê o filme "Carne Trêmula", do diretor Pedro Almodóvar, entende por que este é um bom momento para visitar a Espanha.
O filme começa com uma cena nas ruas desertas da Madri dos anos 70, às vésperas do Natal. Trancadas em casa, as pessoas ouvem pelo rádio as ameaças do ditador Francisco Franco.
Corte para a Madri de hoje: bares, restaurantes e danceterias lotados, monumentos restaurados, prédios novos com arquitetura arrojada, um clima de efervescência cultural e de otimismo nas ruas.
"A Espanha vai bem", disse no ano passado o presidente espanhol, José Maria Aznar. Não é conversa de político. Cerca de 62% dos espanhóis estão satisfeitos com a vida que levam, de acordo com pesquisa do jornal "El País".
A estabilidade política, facilitada pelo perfil conciliador do rei Juan Carlos 1º, e o crescimento econômico dos últimos 20 anos deixaram a Espanha de bom humor.
Quem viaja pelo país nota logo o alto astral e a reafirmação das tradições espanholas, como a dança flamenca, praticamente abandonada na década de 60.
Não é à toa que o país recebeu 48 milhões de visitantes em 1998 e ultrapassou os Estados Unidos como o segundo país preferido pelos turistas, atrás apenas da França.
Está certo que boa parte dos visitantes são alemães em busca de sol, apenas mais uma das atrações que dividem até as publicações especializadas.
"Se você tiver apenas um dia para visitar a Espanha, não deixe de ir a Barcelona", diz o guia "Lonely Planet". "Se você for a uma única cidade na Espanha, esta deve ser Granada", diz o "Rough Guides".
É difícil mesmo escolher. Qual é a melhor: a charmosa Barcelona, a agitada Madri ou a medieval Toledo? Para quem busca a Espanha do flamenco, das mulheres com vestidos brancos com estampas coloridas e das touradas, não há dúvidas.
O destino é a Andaluzia, ao sul da Espanha. Dominadas durante 800 anos pelos árabes, cidades como Granada e Córdoba mantêm uma cultura única, em que os hábitos dos povos se misturaram, assim como os palácios e as mesquitas árabes convivem até hoje com castelos e catedrais católicas.


Ricardo Grinbaum viajou a convite do Centro Oficial de Turismo Espanhol e da Iberia.


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