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Paelha não é o prato principal do país
do enviado especial
Se você pensa que a culinária espanhola se resume a uma porção
de azeitonas de entrada e uma paelha de prato principal é melhor não
comentar isso com um espanhol.
Os espanhóis levam a culinária
muito a sério. É uma questão de
orgulho nacional. Cada região tem
tradição própria, com grande variedade de pratos e ingredientes.
Qualquer espanhol é capaz de diferenciar um "jamón" (presunto)
serrano de um ibérico e falar horas
sobre as características da carne de
porco de cada região.
O melhor presunto da Espanha
- é uma unanimidade - é conhecido como "jamón" pata negra.
Para se chegar a uma carne saborosa e leve, os criadores só alimentam o animal com as frutinhas "bellotas". Um quilo do pata negra
custa US$ 100.
Outra paixão nacional são os "tapas", porçõezinhas servidas junto
com a bebida. Os "tapas" surgiram
na região da Andaluzia e, até hoje,
não se paga por eles nos cafés de
Granada.
Pede-se uma cerveja e ganha-se
um prato com pão e com os famosos "jamóns". Mais um copo e o
garçom traz anchovas temperadas,
camarões ou queijo de ovelha.
No resto do país, é o cliente quem
escolhe os "tapas", e é preciso pagar por cada porção. Mesmo assim, os cafés se esmeram para oferecer os melhores "tapas" para
atrair a freguesia.
A base da culinária espanhola
são os ingredientes frescos, como
os excelentes pimentões, os aspargos e os frutos do mar. Em toda a
Espanha come-se muitos frutos do
mar, mesmo em Madri, a 600 quilômetros do litoral.
Fazem parte do cardápio de
qualquer restaurante madrilenho
pratos como a saborosa lula na tinta do restaurante Taberna do Alabardero, localizado perto do Palácio Real.
Come-se bem até nas pequenas
cidades. O restaurante do hotel
Comércio, em Guadix, oferece cozidos de cordeiro com menta que
levaram sua cozinha a ser citada,
em publicações especializadas, entre as melhores do país.
Uma visita às Bodegas Campos
quase faz parte do roteiro turístico
da cidade de Córdoba. Os barris
onde ficam os vinhos típicos da região, os finos, têm autógrafos de
personalidades como o primeiro-ministro britânico Tony Blair e a
rainha Sofia.
Não é à toa. Das entradinhas, como os "flamenquins" (bolinhos de
carne de porco), ao prato principal, que varia de uma merluza com
molho de mariscos ao tradicional
rabo de touro, a comida é de primeira qualidade.
Uma refeição completa sai por
aproximadamente US$ 50, muito
cara depois que o real se desvalorizou, mas muito mais barata que os
restaurantes de primeira linha no
Brasil.
A Espanha tem muitas outras
opções mais em conta. Em Madri,
há a cadeia especializada em presuntos Museu del Jamón, muito
apreciada pelos espanhóis.
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