São Paulo, Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 1999
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COSTA VERDE
Hidroavião revela cores que o tempo escondeu
Praia do Frade alia ecologia a progresso

SILVIO CIOFFI
enviado especial a Angra dos Reis

Num passeio vertiginoso, o pequeno avião anfíbio Cessna 206 Stationair sobrevoa algumas das 300 ilhas da baía de Angra dos Reis, a 180 km do Rio, e se inclina rumo ao pico do Frade, de 1.640 m. Embaixo, até onde a vista alcança, enquanto as cores se alternam entre o azul do mar e o verde da mata, a imaginação também voa.
Essa região de angras -nome que se dá às baías abertas e cercadas de morros- foi descoberta num dia 6 de janeiro, aliás dia de Reis, no longínquo ano de 1502. De lá para cá, Angra mudou muito e mudou pouco. Locais como a praia do Frade, que dá as costas para um pico coberto de vegetação e pontilhado de cachoeiras, souberam conciliar ecologia e progresso.
O mesmo aconteceu com muitas das ilhas, hoje ocupadas por casas cinematográficas em meio à vegetação natural. Já outros lugares, notadamente os visitados por grandes petroleiros, não tiveram o mesmo destino...
Os turistas motorizados só chegaram nos anos 70, trazidos pela rodovia Rio-Santos (BR-101).
Entre o verde da mata e o azul do Atlântico, onde havia fazendas surgiram condomínios, e as praias foram tomadas por barcos e iates.
Na área do Frade, a vegetação original foi mantida e até reforçada com o cultivo, desde 1990, do palmito-pupunha, trazido da Amazônia para impedir a extração do palmito-juçara, em extinção. Hoje, a plantação tem 160 mil pés de pupunheira, que rebrota após a extração -quem dera que o futuro dessa região de angras fosse marcado por iniciativas dessa natureza. A natureza agradeceria.


Silvio Cioffi, editor de Turismo, viajou a convite do Hotel do Frade & Golf Resort.


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