São Paulo, Segunda-feira, 22 de Março de 1999
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LINHA CRUZADA
Cidade colonial andina exibe casario antigo
Cuenca foi calçada de poesia e história

da enviada especial

Há uma rua (ou melhor, muitas) que mandaram ladrilhar com pedrinhas de 400 anos para os turistas passarem. Superhistórica, a cidade de Cuenca, na região sul dos Andes equatorianos, é quase toda colonial. De início indígena, foi reconstruída pelos espanhóis em 1557 e exibe um casario dos séculos 16 e 17, principalmente.
Você admira ali ruas, casas, prédios, igrejas, praças que desprendem história por todos os poros.
Em um traçado que lembra o de Ouro Preto, as ruas se encarapitam ladeira acima e abaixo em uma sucessão de sobrados coloridos e edifícios com pé-direito alto que revelam pátios, escadarias de madeira antiga, chãos de pedra.
Deliciosamente parada no tempo, Cuenca mostra-se aos poucos para o visitante. Para conhecê-la bem, você tem de permanecer ali pelo menos uns três dias.
É o tempo necessário para visitar o indispensável: a catedral nova, as igrejas El Carmen de la Asunción e San Domingo, o museu do Banco Central.
Na praça principal da cidade, ou parque Calderón, a catedral nova, do final do século passado, aponta seus incongruentes domos azuis para o céu. Toda de tijolos por fora, a catedral tem um quê de "missões", apesar de estar longe do Cone Sul, pátria dessa arquitetura.
Ao lado da catedral, outra igreja, outra praça. Você está no território da El Carmen de la Asunción, de 1682, simples porém barroca, se é que isso é possível. Em frente a ela, várias índias vendem flores e mais flores na pracinha, colorindo o ar.
Atravessando a rua, você está na calçada do prédio da corte de Justiça. Entre. O pátio, com uma fonte no centro, convida a uma incursão pelo prédio todo. Vá até o último andar, de onde se descortina uma bela vista da cidade.
Pertinho dali está a Casa de Cultura, com obras de pintores locais. Pitoresco. Já o museu do Banco Central conta com um acervo de peças arqueológicas e instrumentos musicais antigos. A igreja San Domingo, deste século, tem portas de madeira trabalhada.
(CARLA ARANHA)


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