|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Diabo "viveu" em porão devinícola chilena
DO ENVIADO ESPECIAL AO CHILE
Uma das vinícolas chilenas
mais conhecidas no Brasil batiza
um dos bairros tradicionais de
Santiago: Concha y Toro. Isso dá
uma idéia da importância da marca para o país.
Tudo começou com Don Melchor de Concha y Toro, fundador
da vitivinícola em 1883, no vale
del Maipo -região que abriga as
mais tradicionais vitivinícolas do
Chile. Alguns vinhos, como o Casillero del Diablo, cuja tradução
da primeira parte pode ser adega
ou porão, ainda trazem histórias e
lendas centenárias.
Conta-se que, depois de 20 anos
adaptando uvas viníferas de Bordeaux, na França, em solo chileno, Don Melchor passou a reservar para si as melhores safras.
Entretanto para evitar "sócios"
nessas reservas especiais, espalhou o rumor de que o diabo vivia
no porão onde descansava o vinho das ricas garrafas. Aquele vinho se foi, mas o diabo ficou. Pelo
menos no nome.
O Casillero não é o único vinho
da tradicional vinícola. Há o Marques de Casa Concha Cabernet
Sauvignon 2001, que tem a vantagem de poder ser tomado imediatamente, segundo os degustadores especializados; e o Marques de
Casa Concha Merlot 2001 do vale
do Rapel, de sabor achocolatado e
pouca acidez.
Da mesma vinícola são o Trio
Gewürztraminer 2001 de aroma
frutal e ótimo para acompanhar
uma refeição típica japonesa; e
ainda o Terrunyo Sauvignon
Blanc 2001, com sabor de mel.
Uma visita até a vinícola Concha y Toro (www.conchaytoro.com) deve ser marcada com antecedência e custa US$ 4 (tel.: 00/xx/56/2/472-5000).
Vale Colchagua
Se o que é "bom para os Estados
Unidos é bom para o Brasil", como andaram espalhando, os vinhos da Montes Alpha seriam os
melhores para nós.
Os vinhedos da Montes Alpha
são cultivados no vale do Colchagua e no de Curicó, de onde 95%
da produção total é exportada para mais de 60 países, como os vinhos Montes Alpha M e Montes
Folly. Em 2003, pesquisa da revista americana "Wine & Spirits" o
elegeu como o vinho chileno preferido pelos americanos.
Durante a "expedição" podem
ser degustados os Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e
o Syrah. O turista também se delicia com as histórias contadas.
Descobre-se que a seleção das
uvas do vinho Montes Folly, com
100% de uvas Syrah para prensagem, é manual, uva por uva. As
que não aparentam "saúde" são
desprezadas. O nome Folly veio
da loucura que foi plantar pela
primeira vez naquela área a variedade Syrah. A trabalheira deu certo e resultou em um vinho de alta
qualidade, segundo os proprietários da vinícola. As visitas aos vinhedos da Montes Alpha estão
abertas ao público (e-mail:montes@monteswines.com).
Ousadia
Depois de uma degustação de
vinhos, uma refeição em um restaurante de comida típica chilena
é obrigatória. No restaurante Osadia (calle Tolaba, 477, tel. local:
231-4738, Santiago), o chef Carlo
Von Muhlenbrock introduziu ousadia nos pratos e nos preços. Os
pratos vão de seviches (lula, camarões, ostras e merluza) a pescados e mariscos. Há carnes de cordeiro a filé de avestruz.
(JULIO ABRAMCZYK)
Texto Anterior: Região exporta 10 bi de litros Próximo Texto: Sommelier dá dicas para enfrentar prateleiras cheias Índice
|