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São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

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Tucunaré isca convidados para a pesca

DO ENVIADO ESPECIAL

Os pescadores já podem preparar seus anzóis e seus molinetes. Começou neste mês de setembro a alta temporada de pesca no Estado do Amazonas, que tem buscado o título de principal destino do país para a prática da pesca esportiva em águas doces.
O período denominado vazante, que vai de setembro até fevereiro, torna a pesca propícia, pois é nesses meses, após as épocas de cheia, que os peixes deixam os lagos e começam a subir à cabeceira do rio, facilitando a captura.
Apesar de os municípios de Manicoré e Barcelos serem referência no Estado para esse tipo de pesca, muitos turistas buscam Manaus, a capital, pelo fato de a cidade ser o ponto aéreo de partida e chegada ao Amazonas.
A Amazonastur (Agência de Turismo do Amazonas) estima que o Estado receba em média 4.400 turistas por ano que viajam em busca da pesca esportiva, conhecida popularmente como pesca-e-solta.
Os negócios em torno desse tipo de turismo movimentam por ano no Amazonas US$ 10 milhões, segundo a agência estatal.
Graças ao tucunaré, apontado como embaixador local da pesca esportiva em água doce, o Estado tem se tornado o principal ponto de pesca no país, ao lado do tradicional Pantanal mato-grossense.
É principalmente nas calhas dos rios Negro e Madeira que os turistas buscam o tucunaré de grande porte (tucunaré-açu). Em 1994, um pescador dos EUA fisgou no rio Negro, na cidade de Barcelos, um exemplar da espécie com 12,5 quilos batendo, na época, o recorde mundial e atraindo para o Estado a atenção de aficionados.
O tucunaré ganha cada vez mais seguidores não só pela beleza de sua coloração (amarelo-avermelhado) mas principalmente pela fama de ser um dos peixes mais brigadores ao ser fisgado.
Apesar de ser considerado a estrela da região, os rios do Amazonas são repletos de outras espécies, como o jaraqui, o pacu, o surubim, o tambaqui, o pirarucu e o dourado. Os rios do Estado têm aproximadamente 2.500 espécies de peixes conhecidas, mas menos de 20 delas são exploradas comercialmente.
Segundo as agências locais de turismo, que desenvolvem pacotes voltados para esse tipo de pesca (confira em www.manaus tur.com.br), os norte-americanos formam o público mais cativo da caça ao tucunaré.
No Brasil, estima-se que existam cerca de 200 mil pescadores esportistas, segundo o Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora, do Ibama.
Nos EUA, o número de pescadores credenciados chega a 37,5 milhões. Nesse país, há políticas de prática do esporte muito bem definidas, o que falta no Amazonas. Mas a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Estado já vem elaborando medidas que, além de definir critérios para a pesca, também possam render tributos para a região. (RB)


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