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Símbolo de uma era de riqueza, local foi inaugurado em 1896; obras de arte decoram auditório e completam passeio
Teatro espelha luxo do ciclo da borracha
DO ENVIADO ESPECIAL A MANAUS
No alto, uma cúpula com 36 mil
escamas de cerâmica esmaltada
pintadas com as cores da bandeira brasileira e um lustre feito de
bronze francês e cristal italiano;
em baixo, um piso formado por
12 mil peças de madeira encaixadas sem prego ou cola e um auditório para 685 espectadores, que
se espalham pela platéia e pelos
três andares de camarote.
Grandioso, o Teatro Amazonas
é, indiscutivelmente, a principal
obra arquitetônica de Manaus.
Tombada como patrimônio histórico cultural, ela retrata a pompa em que viviam na região os barões da borracha na segunda metade do século 19.
Inaugurado em 31 de dezembro
de 1896, o Teatro Amazonas levou
15 anos para ser concluído. Suas
decorações, estátuas, mármores,
luzes e cristais foram todos importados da Europa.
No auditório, o teto e o pano de
boca têm pinturas assinadas pelo
artista brasileiro Crispim do
Amaral. A pintura de Amaral reproduz a visão que uma pessoa teria se estivesse embaixo da Torre
Eiffel, em Paris, e olhasse para cima. Há também pinturas que representam as artes (dança, tragédia, ópera e música).
No salão nobre, a pintura de teto e as estátuas de artistas como
Carlos Gomes são assinadas pelo
italiano Domenico De Angelis.
As obras de arte que decoram o
ambiente interno do teatro são
um ótimo atrativo na visitação,
que é aberta ao público e conta
com guias especializados.
Assim como o teatro, as obras
do Palácio da Justiça, do palácio
Rio Negro, do mercado municipal, entre outras do centro, "copiaram" o estilos arquitetônico
europeu daquela época.
Luxo
Nos áureos tempos da borracha,
circulavam pela cidade ingleses,
franceses, alemães, que acabaram
ditando os costumes e o luxo de
então. Manaus atraía tanto pobres nordestinos quanto barões
europeus, que vinham para cá para enriquecer com a borracha.
Na primeira metade do século
20, a cidade sofreu com a decadência da borracha e muitas de
suas construções foram abandonadas. Um novo fôlego só ocorreu no segundo período do século, com a transformação do Estado em uma zona franca de comércio com benefícios de incentivo
fiscal.
(RICARDO BRANDT)
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