São Paulo, segunda-feira, 22 de outubro de 2001

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AMÉRICA NATIVA

Peças moldadas à mão dão cor ao cenário com vulcões, rios e obras maias da Guatemala

Selva e artesanato tecem o país

Fábio Marra
Mulher cochila em frente às peças de tecido coloridas expostas na cidade de Chichicastenango


FÁBIO MARRA
ENVIADO ESPECIAL À GUATEMALA

É difícil não se surpreender com os cães policiais que saltam sobre as primeiras malas e bagagens que chegam à esteira no aeroporto internacional La Aurora, no centro da Cidade da Guatemala -o primeiro detalhe do cenário de uma viagem que, para muitos, será inusitada. É uma rotina natural para proteger um país que tem entradas pelo Pacífico e pelo Atlântico, explica um guia.
Ocupando uma área um pouco menor que a metade do Estado de São Paulo, a Guatemala é um desafio à imaginação, com imponentes vulcões, selvas, cordilheiras, rios, as areias negras do Pacífico e ainda uma fatia do Caribe.
Tudo isso mesclado a um misticismo consagrado por mais de 20 etnias indígenas, todas fiéis aos costumes dos ancestrais, preservando dialetos e cultura.
Contam alguns nativos que o nome do país surgiu com os mercadores indígenas do México, que adaptaram a palavra "quauhtemallán", que no dialeto maia significa "terra de muitas árvores".
Há quem afirme que Guatemala deriva de "cuahtemallán", que significa "entre montes de madeira". Mas a maioria dos guatemaltecos prefere apontar para a bela flora da região e resumir: a Guatemala é uma eterna primavera.

Giro pelo país
A Guatemala é um país predominantemente montanhoso, cortado de leste a oeste pelas serras Madres e Cuchumatanes. Elas são a morada de nada menos que 33 vulcões, três deles ainda ativos.
As cordilheiras, ao longo das quais vivem 56% da população, entranham 26% do território e traçam rotas que podem levar a até 2.500 m de altitude.
Na direção do Atlântico, uma extensa área é coberta por florestas. É menos povoada e nela vivem agricultores, que produzem banana, cana-de-açúcar e café.
Ao norte, em meio à espessa floresta de El Petén, está Tikal, o coração da civilização maia, que hoje é um importante parque arqueológico.
A paisagem conta com a alegria de coloridos mercados a céu aberto, onde se pode desfrutar também da simpatia dos guatemaltecos, manifestada de forma festiva no arco-íris de seus trajes e artesanatos. Madeira, barro, tecido e jade são moldados à mão.
O resultado é uma mescla de desenhos e técnicas transmitidas de geração para geração.

Ponto de partida
Sacudida por diversos terremotos, a Cidade da Guatemala conserva importantes monumentos históricos da época da fundação e de um período anterior, quando a região era povoada pelos kaminalijuyús. A esse povo são atribuídas dezenas de construções que possuem um sofisticado sistema de canalização de água.
Com a colonização, a arquitetura da capital recebeu influências do estilo neoclássico europeu, que podem ser conferidas em edifícios como o Palácio Nacional.
Por estar localizada quase no centro do país, a Cidade da Guatemala é um bom ponto de partida para qualquer roteiro turístico.

Fábio Marra viajou a convite do Instituto Guatemalteco de Turismo e da Copa Airlines



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