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AMÉRICA NATIVA
Parque tem 3.000 construções maias, como estrutura de banho a vapor, erguidas entre 2500 a.C. e 950 d.C.
Floresta espessa guarda as ruínas de Tikal
DO ENVIADO ESPECIAL À GUATEMALA
É fácil chegar ao coração da civilização maia, apesar dos 554 km
que separam a Cidade da Guatemala de Tikal, um dos mais importantes sítios arqueológicos do
planeta. A estrada que segue para
o norte do país tem apenas dois
anos e está bem conservada. A
viagem pode ser encurtada usando a linha área da Aviateca até a
região do lago de Peten Itzá, a chamada cidade de Flores, onde ficam os principais hotéis.
De Peten Itzá até o Parque Nacional de Tikal são mais 64 km,
trajeto que pode ser completado
em microônibus, facilmente encontrado em Flores.
Garças, pavões e quatis cruzam
o caminho do turista a todo instante. Com um pouco de sorte é
possível também apreciar pequenos macacos pulando entre os galhos. A selva também é habitat de
cobras, em geral inofensivas. Ao
redor da clareira que leva a Tikal
pode-se ver árvores de até 50 m,
como o cedro espanhol.
Enquanto olha atento o caminho da floresta, o turista de repente se depara com uma arquitetura
desenvolvida para os deuses.
Na clareira surgem enormes
templos e palácios, onde foram
depositados os segredos de uma
civilização, que manifestou conhecimento inexplicavelmente
avançado para a época e desapareceu sem deixar vestígios.
Dois dias no mínimo são recomendados para conhecer os templos, as pirâmides, as esculturas e
o museu do sítio arqueológico.
A observação da maquete do
parque e uma parada no museu,
logo na entrada, podem ajudar a
organizar o tempo e a obter o máximo de proveito em Tikal. O parque tem quase 3.000 construções
espalhadas em 16 km2, entre templos e palácios com até 70 m de altura, altares, residências, estruturas para banho a vapor e sistemas
de canalização. Arquitetura e engenharia desenvolvidas entre
2500 a.C. e 925 d.C, que são enigmas fascinantes à exploração.
Abandono
O abandono de cidades não era
incomum entre os maias. Eles migravam, em busca de água e alimento. Mas pouco se sabe sobre o
esvaziamento repentino de Tikal,
justamente no apogeu da civilização, por volta de 900 d.C., quando
as maiores construções estavam
sendo erguidas e a sociedade
apresentava indícios de perfeita
organização.
Historiadores apresentam várias teses: extermínio por exércitos estrangeiros, cataclismo, epidemias e até mudanças climáticas. Outra hipótese considerada
aceitável é a de que as técnicas
agrícolas sofreram um colapso
diante de um longo período sem
chuvas, que teria levado o povo a
um estado de fome e, consequentemente, à dispersão.
A versão, porém, é um paradoxo para muitos. Como poderia a
civilização, com tamanho poder
de organização e técnicas avançadas, ter negligenciado a própria
subsistência? Outro fascinante
mistério da civilização maia.
Apesar de o parque oferecer infra-estrutura básica para o turista,
como um pequeno restaurante e
banheiros, a aventura requer apetrechos básicos: roupas leves, tênis confortáveis, garrafa com
água e repelente de insetos. O bilhete de acesso ao parque, que
funciona das 6h às 18h, custa 50
quetzales (cerca de US$ 6).
(FÁBIO MARRA)
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