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AMÉRICA NATIVA
Patrimônio da humanidade, cidade convida a caminhar por igrejas, museu, livrarias e cafés
Vulcões compõem paisagem da região de Antigua
DO ENVIADO ESPECIAL
As boas-vindas aos visitantes
que chegam a Antigua estão implícitas na composição da paisagem oferecida pelos vulcões
Água, Fuego e Acatenango. Imponentes, eles não deixam de suscitar magia e mistérios. A cidade,
a 45 km da capital, é patrimônio
da humanidade e parada obrigatória para quem vai à Guatemala.
Cercada por construções coloniais, a praça Mayor, no centro de
Antigua, é o coração da cidade e
ponto para interação com os nativos. Ao mesmo tempo que expõem confecções e objetos, eles
demonstram a arte da produção.
O comércio divide espaço com
livrarias, cafés e um museu sobre
o ciclo da colonização. Os arcos
da prefeitura dimensionam a riqueza histórica do período. Na catedral da praça está guardado o
túmulo de Pedro Alvarado.
O mirante da Serra da Cruz oferece uma vista completa de Antigua. A cidade é plana e convida o
turista a caminhar. Algumas paradas são obrigatórias, como as
antigas ruínas dos conventos de
Santa Clara, São Francisco e São
Domingo, onde estão expostas
pinturas, esculturas e peças arqueológicas do período em que a
Igreja Católica disputava poder
com a Coroa espanhola.
A igreja Nossa Senhora das
Mercês é outra atração. Vítima de
terremoto, a primeira construção,
de 1548, foi modificada, mas manteve o estilo barroco.
À noite, além do comércio, Antigua também tem animadas danceterias, bares e restaurantes de
comidas típicas. À uma hora da
madrugada, os estabelecimentos
param de vender bebidas alcoólicas, em obediência à lei seca, vigente na Guatemala desde 1995.
Primeira capital
Antigua foi criada para ser capital do domínio espanhol (leia
mais na pág. F3). Foi atingida em
1541 pela força do vulcão Água,
que despejou sobre o povoado
uma torrente de água acumulada
em sua cratera.
Dois anos depois, foi reerguida
com o nome de Santiago de los
Caballeros, retomando a exploração de riquezas naturais e da
mão-de-obra nativa, mas foi novamente destruída, dessa vez por
um terremoto, em 1773. O centro
da colônia foi transferido para a
Cidade da Guatemala, desde então capital do país, e Santiago de
los Caballeros foi reconstruída,
voltando a se chamar Antigua
Guatemala.
O temor de nova catástrofe acabou produzindo em Antigua um
rico resultado arquitetônico. Em
estilos colonial e neoclássico, as
construções pós-tremor aboliram
a altura. As casas são térreas, de
paredes grossas, e até as torres das
igrejas têm tamanho reduzido.
Arredores
Uma visita a um vulcão ativo
para ver a emanação de gases sulfurosos e a incandescência da lava
pode ser feita em Antigua, onde
várias agências oferecem excursões até o topo do Pacaya, na Cidade da Guatemala, um dos três
ainda em atividade no país.
A viagem até o pé do vulcão é
feita em microônibus. Dali, caminha-se por cerca de uma hora.
Há também passeios de um dia
pelos povoados indígenas de Chichicastenango, Panahajel e para o
lago Atitlán.
(FÁBIO MARRA)
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