São Paulo, segunda-feira, 22 de outubro de 2001

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AMÉRICA NATIVA

Patrimônio da humanidade, cidade convida a caminhar por igrejas, museu, livrarias e cafés

Vulcões compõem paisagem da região de Antigua

DO ENVIADO ESPECIAL

As boas-vindas aos visitantes que chegam a Antigua estão implícitas na composição da paisagem oferecida pelos vulcões Água, Fuego e Acatenango. Imponentes, eles não deixam de suscitar magia e mistérios. A cidade, a 45 km da capital, é patrimônio da humanidade e parada obrigatória para quem vai à Guatemala.
Cercada por construções coloniais, a praça Mayor, no centro de Antigua, é o coração da cidade e ponto para interação com os nativos. Ao mesmo tempo que expõem confecções e objetos, eles demonstram a arte da produção.
O comércio divide espaço com livrarias, cafés e um museu sobre o ciclo da colonização. Os arcos da prefeitura dimensionam a riqueza histórica do período. Na catedral da praça está guardado o túmulo de Pedro Alvarado.
O mirante da Serra da Cruz oferece uma vista completa de Antigua. A cidade é plana e convida o turista a caminhar. Algumas paradas são obrigatórias, como as antigas ruínas dos conventos de Santa Clara, São Francisco e São Domingo, onde estão expostas pinturas, esculturas e peças arqueológicas do período em que a Igreja Católica disputava poder com a Coroa espanhola.
A igreja Nossa Senhora das Mercês é outra atração. Vítima de terremoto, a primeira construção, de 1548, foi modificada, mas manteve o estilo barroco.
À noite, além do comércio, Antigua também tem animadas danceterias, bares e restaurantes de comidas típicas. À uma hora da madrugada, os estabelecimentos param de vender bebidas alcoólicas, em obediência à lei seca, vigente na Guatemala desde 1995.

Primeira capital
Antigua foi criada para ser capital do domínio espanhol (leia mais na pág. F3). Foi atingida em 1541 pela força do vulcão Água, que despejou sobre o povoado uma torrente de água acumulada em sua cratera.
Dois anos depois, foi reerguida com o nome de Santiago de los Caballeros, retomando a exploração de riquezas naturais e da mão-de-obra nativa, mas foi novamente destruída, dessa vez por um terremoto, em 1773. O centro da colônia foi transferido para a Cidade da Guatemala, desde então capital do país, e Santiago de los Caballeros foi reconstruída, voltando a se chamar Antigua Guatemala.
O temor de nova catástrofe acabou produzindo em Antigua um rico resultado arquitetônico. Em estilos colonial e neoclássico, as construções pós-tremor aboliram a altura. As casas são térreas, de paredes grossas, e até as torres das igrejas têm tamanho reduzido.

Arredores
Uma visita a um vulcão ativo para ver a emanação de gases sulfurosos e a incandescência da lava pode ser feita em Antigua, onde várias agências oferecem excursões até o topo do Pacaya, na Cidade da Guatemala, um dos três ainda em atividade no país.
A viagem até o pé do vulcão é feita em microônibus. Dali, caminha-se por cerca de uma hora.
Há também passeios de um dia pelos povoados indígenas de Chichicastenango, Panahajel e para o lago Atitlán. (FÁBIO MARRA)



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