São Paulo, segunda-feira, 22 de outubro de 2001

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Circuito das adegas tenta resgatar imagem do vinho de São Roque

DA ENVIADA ESPECIAL

A terceira geração dos vinhateiros que sobraram em São Roque tenta resgatar as décadas de 40 a 60, quando a cidade era aclamada como uma das boas produtoras do Estado. As vinícolas promovem visitas guiadas por adegas, expõem peças antigas com as quais se produzia o vinho e, ironicamente, até cultivam uvas.
No circuito das adegas, pode-se conhecer as 13 sobreviventes das 120 que existiram na fase áurea. Seis ficam ao longo da charmosa estrada do Vinho, de onde se vêem cultivos de alcachofra e de uva. As outras estão na rodovia Raposo Tavares e arredores.
Os parreirais que forravam a região no auge da uva quase sumiram. A maior parte da fruta usada para produzir o vinho de São Roque vem do Sul e de outras cidades de São Paulo. Uma das razões, explicam os vinhateiros, foi a especulação imobiliária.
Para matar a vontade do turista, que, além de degustar ou comprar o tradicional vinho de mesa, quer ver o parreiral, algumas vinhatarias estão cultivando a matéria-prima nos arredores da adega.
Um dos primeiros a tomar a iniciativa foi a vinícola Góes e Jubair, de 1938. Há dois meses fizeram uma produção experimental com quatro tipos de uva. Mas só em 2003 o parreiral estará no ponto para os olhos de "são Tomés".
A vinícola oferece tour gratuito pela adega, entre tonéis de 87 mil litros. No complexo há restaurante e feira de artesanato, que funcionam no fim de semana.
Já a família da vinícola Palmeiras expandiu o negócio na mesa. A cem metros da adega funciona o restaurante Tia Lina, de estilo bem simples, cuja especialidade é rondelli quatro queijos com cobertura de alcachofra (R$ 13 a porção para duas pessoas).
A vinícola Real D'Ouro montou um acervo do vinho com peças das décadas de 30 a 50 doadas pelas antigas famílias produtoras: os Perrone, os Forone, os Capuzzo. A maioria, de origem italiana e portuguesa, começou a fabricar o vinho para consumo próprio. Entre outros objetos, o museu tem prensas e bomba para levar o caldo do vinho aos tonéis.

Espaço para lazer
Foi inaugurado no sábado a Vila Darcy Penteado, no km 55 da rodovia Raposo Tavares, um espaço comunitário fixo para lazer, atividades culturais e artesanato. Promovido por pousadas, pelo hotel Vila Rossa e pela adega Santa Terezinha, o espaço funcionará aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h. (MM)

Vitti Vinícola Góes e Jubair - Estrada do Vinho, km 9, das 10h às 18h, tel. 0/xx/ 11/4711-2000; Real D'Ouro - Estrada de Gabriel Pizza, 610, tel. 0/xx/11/ 4712-2657; Restaurante Tia Lina - Estr. do Vinho, km 10,4, de quin. a dom., das 12h às 16h, tel. 0/xx/11/4711-2018.



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