Luís Eduardo Vaz

Vista aérea das galés, frágeis recifes de coral que formam piscinas naturais e cuja preservação pode ser ameaçada devido à presença de turistas

MARILENE FELINTO
enviada especial a Alagoas

Alagoas está tentando organizar seu lixo, o material e o moral.
Está tentando recuperar, na beleza de suas praias, suas lagoas e seus coqueirais, o moral perdido com os escândalos de corrupção, coronelismo de usina e crime organizado na polícia.
De Maragogi, no extremo norte, à praia do Peba, no extremo sul, o litoral de Alagoas prepara-se para entrar limpo, pela via do turismo ecológico, no próximo milênio.
A mais recente Área de Proteção Ambiental (APA) federal criada no país tem sua sede em Maragogi. É a Costa dos Corais, zona de proteção dos recifes de corais que se estende do município de Tamandaré, no sul de Pernambuco, até Paripueira, no litoral médio norte de Alagoas.
Usufruir sem destruir, esse é o lema dos principais programas de turismo de muitos municípios alagoanos do litoral que vêm conquistando turistas entre seus concorrentes nordestinos e sulistas.
A idéia é conciliar as pequenas vilas de pescadores e as praias ainda desertas com os hotéis cinco estrelas que começam a se espalhar pela região, numa competição que se acirra cada vez mais.
É preservar os recifes de corais, mas sem deixar de oferecer ao turista o uso das piscinas naturais formadas por eles, as chamadas galés.
Da Costa Dourada, que inclui as praias ao norte de Maceió, ao Paraíso das Águas -praias do litoral sul, entre elas a do Francês, Barra de São Miguel e Coruripe-, a ordem é tocar obras de infra-estrutura em saneamento, abastecimento, energia elétrica, estradas, tudo necessário ao desenvolvimento do turismo.
Para quem gosta de cidades maiores, resta sempre Maceió. Ainda que a deterioração já tenha chegado às praias da capital há tempos, Maceió ainda está para o Nordeste como Florianópolis está para o Sul.
É uma confortável cidade de porte médio, de gente simpática, boa comida, bom clima e geografia privilegiada.