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PARQUES NA FLÓRIDA
Ao acertar tempo médio de vida de golfinhos, repórter participa do show da baleia, em Orlando
Beijo de Shamu pode ser prêmio em "quiz"
KATIA CALSAVARA
ENVIADA ESPECIAL À FLORIDA
Platéia lotada. Centenas de pessoas esperam pela entrada da baleia Shamu e de seus amigos no
palco. De repente, no telão, em
plena terra do Tio Sam, surge o
meu rosto. Apenas mais uma das
pessoas escolhidas na platéia para
responder a um "quiz" sobre a vida dos animais marinhos.
Isso aconteceu no parque Sea
World, que fica em Orlando, Flórida, sul dos Estados Unidos.
Até que não fui mal. Quinze, 20
ou 35 anos. Escolhi a opção certa
para responder à pergunta sobre
o tempo de vida de um golfinho
-a terceira- e me safei da vergonha maior que seria errar no
meio da platéia cheia.
Quando pensei que viraria mais
uma espectadora do show, estava
enganada. Um dos assistentes que
circulavam pela platéia me perguntou se eu gostaria de ser voluntária na apresentação que ia
começar. Perguntei o que era preciso fazer. Ele disse: "Apenas dizer
o seu nome e seguir as instruções
da monitora".
Por se tratar de uma situação
daquelas que aparentam ser únicas na vida, resolvi topar. Então,
uma inglesa e eu fomos chamadas
para o palco. O show ia começar.
Durante alguns minutos, nos
bastidores, minha companheira
de performance e eu ouvimos as
instruções da monitora. Coisa
simples. Era só não pular no tanque, manter uma certa distância
para não cair nele e esperar que a
baleia se aproximasse.
Como a monitora não conseguia pronunciar meu nome, fui
anunciada à platéia americana
quase como uma russa: "Katja".
Aquelas palmas foram as mais
surreais que já recebi na vida.
Logo estava ajoelhada à beira
daquele tanque imenso, segurando um balde cheio de sardinhas e
de pedras de gelo. Ao toque exato
da monitora, a baleia surgiu das
águas em busca de alimento.
A minha missão era dar uma
sardinha ao animal, que abriu a
bocarra, que parecia forrada de
pano fofinho cor-de-rosa. Soltei o
peixe minúsculo lá dentro e em
segundos o vi desaparecer.
Claro que eu, naquele dia de suposta treinadora, também tive o
direito de passar a mão na pele da
baleia, que mais parece um pneu
molhado, daqueles bem carecas.
E não foi só. Fiquei parada para
receber um beijo no "rosto" da
Shamu. Um vidro nos separava.
Mesmo assim, ser "beijada" por
uma baleia é a última coisa que se
pensa que possa acontecer na vida de alguém.
Depois do beijo, Shamu saiu para fazer seu "grand finale". Nadou
por toda a boca de cena do tanque, batendo a cauda na água
com toda força, o que fazia molhar todas as pessoas que estavam
nas primeiras filas. Aliás, mesmo
com um alerta de que o espectador pode sair encharcado, as primeiras filas são disputadíssimas.
Terminado o show, acenei à platéia americana e voltei para a minha poltrona. Estava completamente ensopada e via um monte
de crianças apontado: "Olha mãe,
a moça que deu beijo na Shamu!".
Katia Calsavara viajou à convite da
Busch Entertainment Corporation e da
American Airlines
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