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São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 2003

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PARQUES NA FLÓRIDA

Ao acertar tempo médio de vida de golfinhos, repórter participa do show da baleia, em Orlando

Beijo de Shamu pode ser prêmio em "quiz"

KATIA CALSAVARA
ENVIADA ESPECIAL À FLORIDA

Platéia lotada. Centenas de pessoas esperam pela entrada da baleia Shamu e de seus amigos no palco. De repente, no telão, em plena terra do Tio Sam, surge o meu rosto. Apenas mais uma das pessoas escolhidas na platéia para responder a um "quiz" sobre a vida dos animais marinhos.
Isso aconteceu no parque Sea World, que fica em Orlando, Flórida, sul dos Estados Unidos.
Até que não fui mal. Quinze, 20 ou 35 anos. Escolhi a opção certa para responder à pergunta sobre o tempo de vida de um golfinho -a terceira- e me safei da vergonha maior que seria errar no meio da platéia cheia.
Quando pensei que viraria mais uma espectadora do show, estava enganada. Um dos assistentes que circulavam pela platéia me perguntou se eu gostaria de ser voluntária na apresentação que ia começar. Perguntei o que era preciso fazer. Ele disse: "Apenas dizer o seu nome e seguir as instruções da monitora".
Por se tratar de uma situação daquelas que aparentam ser únicas na vida, resolvi topar. Então, uma inglesa e eu fomos chamadas para o palco. O show ia começar.
Durante alguns minutos, nos bastidores, minha companheira de performance e eu ouvimos as instruções da monitora. Coisa simples. Era só não pular no tanque, manter uma certa distância para não cair nele e esperar que a baleia se aproximasse.
Como a monitora não conseguia pronunciar meu nome, fui anunciada à platéia americana quase como uma russa: "Katja". Aquelas palmas foram as mais surreais que já recebi na vida.
Logo estava ajoelhada à beira daquele tanque imenso, segurando um balde cheio de sardinhas e de pedras de gelo. Ao toque exato da monitora, a baleia surgiu das águas em busca de alimento.
A minha missão era dar uma sardinha ao animal, que abriu a bocarra, que parecia forrada de pano fofinho cor-de-rosa. Soltei o peixe minúsculo lá dentro e em segundos o vi desaparecer.
Claro que eu, naquele dia de suposta treinadora, também tive o direito de passar a mão na pele da baleia, que mais parece um pneu molhado, daqueles bem carecas.
E não foi só. Fiquei parada para receber um beijo no "rosto" da Shamu. Um vidro nos separava. Mesmo assim, ser "beijada" por uma baleia é a última coisa que se pensa que possa acontecer na vida de alguém.
Depois do beijo, Shamu saiu para fazer seu "grand finale". Nadou por toda a boca de cena do tanque, batendo a cauda na água com toda força, o que fazia molhar todas as pessoas que estavam nas primeiras filas. Aliás, mesmo com um alerta de que o espectador pode sair encharcado, as primeiras filas são disputadíssimas.
Terminado o show, acenei à platéia americana e voltei para a minha poltrona. Estava completamente ensopada e via um monte de crianças apontado: "Olha mãe, a moça que deu beijo na Shamu!".


Katia Calsavara viajou à convite da Busch Entertainment Corporation e da American Airlines

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