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ITÁLIA-BRASIL
Visita leva três horas; priorize aposentos do papa Júlio 2º, decorados por Rafael, além das obras de Michelangelo
Acervo do Vaticano encerra arte mundial
NA ITÁLIA
Ao visitar o Vaticano, enclave
sagrado dos católicos dentro de
Roma, não cometa o erro de tentar entrar pela via di Porta Angelica, primeira rua visível para quem
chega do metrô. Se você tentar,
será educadamente barrado por
um dos soldados -cujo uniforme da Guarda Suíça, aliás, foi desenhado por Michelangelo.
Procure a entrada que dá acesso
aos museus ( 12) e surpreende
logo de início: na primeira praça
interna não há nada antigo nem
religioso, mas uma obra moderna, um globo de bronze com aberturas que mostram engrenagens
no interior da Terra.
O acervo histórico é imenso, os
museus do Vaticano guardam algumas das coleções de arte mais
significativas do mundo, com
destaque para os afrescos no teto
da capela Sistina e "A Transfiguração", última pintura de Rafael.
Priorizando o mais importante,
não deixe de ver os aposentos do
papa Júlio 2º, decorados pelo
mesmo Rafael. É possível cobrir
as atrações principais do museu
em três horas. A loja de presentes
tem suvenires como os crucifixos
de prata (a partir de 20).
Continuando o passeio, entre
na fila para conhecer o domo e
uma das cúpulas da basílica de
São Pedro, que atrai peregrinos
desde que foi edificada por Constantino, em 349 d.C., tendo sido
reconstruída no século 15 e reedificada por mais de um século a
partir de 1506. Embora tenha óbvio significado religioso, o percurso não é indicado para idosos: depois do elevador, ainda é preciso
vencer mais de 300 degraus.
Na volta, você estará dentro da
gigantesca basílica, com pé-direito de 40 m. Católicos de todo o
mundo fazem fila para se confessar -quando as cabines, onde ficam padres que falam inglês e italiano, estão livres, uma luz verde
se acende. A basílica só é superada
em grandeza pela praça de São
Pedro, em que o papa João Paulo
2º faz suas preleções dominicais,
abençoando a multidão em datas
religiosas. Ao admirar a circunferência da praça, cujas laterais representam braços a envolver o
povo, fique atento à presença de
freiras do Vaticano -de tão séria,
sua fisionomia chega a assustar.
Para dissipar a marca soturna,
vá ao centro recreativo do mundo
antigo, o Coliseu (ingresso: 10).
Turistas não podem pisar na arena, cujo subsolo exposto é protegido por estruturas de metal, mas
têm acesso livre a arquibancadas.
Saindo do Coliseu, siga pela via
dei Fori Imperiali para entrar, literalmente, na Idade Média. Pode-se caminhar livremente nas ruínas arqueológicas do Fórum, centro político da Roma antiga.
Há pontos de grande relevância
histórica, mas não se atenha muito a isso: com a mente despreocupada, é fácil recriar a ilusão de estar vivendo em outra época, principalmente levando em conta aspectos pitorescos do Fórum -o
Arco de Sétimo Severo, diz a lenda, chegou a abrigar uma barbearia antes da escavação das ruínas.
(BRUNO GARATTONI)
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