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CULTURA
No litoral sul fluminense, cidade das badalações organiza festival à beira-mar com 33 peças
Angra hospeda "Flip de teatro"
PEDRO IVO DUBRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Angra dos Reis agora terá também o seu evento cultural de sigla
engraçadinha. Um ano depois de
a avizinhada Parati começar a
hospedar a Festa Literária Internacional de Parati (Flip), a cidade
fluminense das 365 ilhas e das
muitas badalações ancora a primeira edição da Festa Internacional de Teatro de Angra (Fita),
com início marcado para a sexta-feira, dia 27, e duração de 12 dias.
Recém-nascida, a Fita ora não é
tão internacional quanto a Flip,
com a qual não tem nenhum vínculo legal: do exterior, chega o espetáculo português "O Pranto de
Maria Parda", baseado num texto
de Gil Vicente, com a atriz Maria
do Céu Guerra. Para os debates,
que ocorrem paralelamente às encenações, aportam Sergio Hennings (diretor e representante boliviano da Associação Internacional do Teatro para a Infância e a
Juventude) e Lance Belville, jornalista norte-americano. Augusto
Boal, José Wilker, Ziraldo e João e
Adriana Falcão são alguns dos
brasileiros confirmados.
Trinta e três peças devem ser
encenadas na programação do
festival, cujo signo é a mescla: há
montagens de atores de TV, de
grupos consolidados e de gente
muito pouco conhecida. A festa,
orçada em R$ 1,2 milhão, é patrocinada pela Vivo. Duas tendas de
800 e 400 lugares, armadas na região do porto, completam a estrutura do teatro municipal angrense, que comporta 240 pessoas.
"Esperamos que, ao menos,
2.000 turistas venham especialmente para o evento", diz o organizador da festa, o jornalista João
Carlos Rabello. Entre as produções participantes, estão "O Inspetor Geral", do grupo Galpão,
"Casca de Noz", da Armazém Cia.
de Teatro, "Calendário da Pedra",
de Denise Stoklos, e "Melanie
Klein", com Nathalia Timberg, dirigida por Eduardo Tolentino.
Não é essa, contudo, a primeira
vez que Rabello, 51, leva espetáculos teatrais a Angra. Nos anos 70,
quando era uma espécie de animador cultural local, ele trouxe ao
município, que dista 160 km do
Rio de Janeiro, a montagem de "O
Sol Feriu a Terra e a Chaga se
Alastrou", de Vital Santos.
A peça satirizava as Forças Armadas e, por isso, o jornalista foi
detido para dar explicações. "Espero, agora, não ser preso. A não
ser que seja preso pelas dívidas
que farei com o festival", brinca. A
programação e mais informações
a respeito da Fita podem ser encontradas no site www.fita.art.br.
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