São Paulo, segunda-feira, 23 de agosto de 2004

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CULTURA

No litoral sul fluminense, cidade das badalações organiza festival à beira-mar com 33 peças

Angra hospeda "Flip de teatro"

PEDRO IVO DUBRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Angra dos Reis agora terá também o seu evento cultural de sigla engraçadinha. Um ano depois de a avizinhada Parati começar a hospedar a Festa Literária Internacional de Parati (Flip), a cidade fluminense das 365 ilhas e das muitas badalações ancora a primeira edição da Festa Internacional de Teatro de Angra (Fita), com início marcado para a sexta-feira, dia 27, e duração de 12 dias.
Recém-nascida, a Fita ora não é tão internacional quanto a Flip, com a qual não tem nenhum vínculo legal: do exterior, chega o espetáculo português "O Pranto de Maria Parda", baseado num texto de Gil Vicente, com a atriz Maria do Céu Guerra. Para os debates, que ocorrem paralelamente às encenações, aportam Sergio Hennings (diretor e representante boliviano da Associação Internacional do Teatro para a Infância e a Juventude) e Lance Belville, jornalista norte-americano. Augusto Boal, José Wilker, Ziraldo e João e Adriana Falcão são alguns dos brasileiros confirmados.
Trinta e três peças devem ser encenadas na programação do festival, cujo signo é a mescla: há montagens de atores de TV, de grupos consolidados e de gente muito pouco conhecida. A festa, orçada em R$ 1,2 milhão, é patrocinada pela Vivo. Duas tendas de 800 e 400 lugares, armadas na região do porto, completam a estrutura do teatro municipal angrense, que comporta 240 pessoas.
"Esperamos que, ao menos, 2.000 turistas venham especialmente para o evento", diz o organizador da festa, o jornalista João Carlos Rabello. Entre as produções participantes, estão "O Inspetor Geral", do grupo Galpão, "Casca de Noz", da Armazém Cia. de Teatro, "Calendário da Pedra", de Denise Stoklos, e "Melanie Klein", com Nathalia Timberg, dirigida por Eduardo Tolentino.
Não é essa, contudo, a primeira vez que Rabello, 51, leva espetáculos teatrais a Angra. Nos anos 70, quando era uma espécie de animador cultural local, ele trouxe ao município, que dista 160 km do Rio de Janeiro, a montagem de "O Sol Feriu a Terra e a Chaga se Alastrou", de Vital Santos.
A peça satirizava as Forças Armadas e, por isso, o jornalista foi detido para dar explicações. "Espero, agora, não ser preso. A não ser que seja preso pelas dívidas que farei com o festival", brinca. A programação e mais informações a respeito da Fita podem ser encontradas no site www.fita.art.br.


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