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rumo norte
Culinária é destaque dentro e fora do Pará
SABOR DA SELVA - chef paraense Paulo Leite, que comanda o Amazônia, em SP, dá dicas sobre a rica gastronomia local
MARINA DELLA VALLE
DA REPORTAGEM LOCAL
Assim como o chef paraense
Paulo Martins é considerado o
embaixador da culinária paraense no Brasil e no mundo,
seu conterrâneo Paulo Leite,
53, pode ser tido como uma referência do sabor do Pará em
São Paulo. Morando na cidade
há mais de 30 anos, Leite esteve
à frente dos restaurantes Tucupy e Carimbó por dez anos.
Após dois anos e meio sem pilotar a cozinha de um restaurante, abriu em agosto o Amazônia,
na região do Bixiga.
"As pessoas me pediam, a cidade ficou sem um restaurante
especializado em culinária paraense. Resolvi fazer o Amazônia porque ninguém estava fazendo isso em São Paulo", diz.
Os ingredientes típicos, de
nomes estranhos, que dão o toque de exotismo à gastronomia
paraense, como o tucupi e o
jambu, e os sorvetes de frutas
da região são todos trazidos do
Pará, já que encontrá-los em
São Paulo é difícil, e a qualidade
às vezes deixa a desejar. Leite
chega a vender um pouco dos
ingredientes que traz para fregueses interessados em preparar pratos paraenses em casa.
Além de cativar nomes de peso no Brasil, como Alex Atala, a
fama da culinária paraense extrapolou os limites do Brasil e
encantou chefs estrelados como o catalão Ferran Adrià, do
famoso elBulli.
A divulgação dos sabores do
Pará teve muita ajuda do chef
Paulo Martins, por meio de
eventos, como o "Ver-o-Peso
da Cozinha Paraense", ou por
meio de seu restaurante, o Lá
Em Casa. "Ele realmente fez
um ótimo trabalho", diz Leite.
Em Belém
Conhecer a culinária paraense "in loco" é programa imperdível para os turistas interessados em gastronomia. A primeira visita sugerida por Leite é a
principal atração turística da
cidade: o mercado Ver-o-Peso,
considerado uma das maiores
feiras livres da América Latina.
"O visitante tem de ir direto
ao Ver-o-Peso, com aquele deslumbre de ervas, peixes, frutas.
Além da coisa turística, ali é
possível comprar coisas excepcionais", diz ele. A dica é não se
limitar à compra de ingredientes, mas experimentar os produtos à venda, como as frutas.
"Ver-o-Peso não é só um passeio, é um local para comer",
afirma Leite.
O acesso fácil a produtos difíceis de serem encontrados fora
do Pará é um estímulo aos interessados em experimentar as
receitas na cozinha de casa. "A
culinária paraense não é de difícil elaboração", diz Leite, dando a dica para utilizar o tucupi
em casa: "As carnes de sabor
forte vão muito bem com o tucupi, como peixe e caça".
Entre os restaurantes, Leite
destaca o Manjar das Garças
(0/xx/91/3242-1056), no parque Mangal das Garças, o Pomme D'Or (Av. Generalíssimo
Deodoro 1.513, tel 0/xx/91/
3202-9800) e o Lá em Casa (0/
xx/91/3212-5588), na Estação
das Docas.
Prato-símbolo
Para Leite, o prato que simboliza a culinária paraense é o
pato no tucupi. "É o encontro
de influências indígenas e da
Europa em total harmonia
num só prato. A culinária paraense não é indígena, mas sim
muito local", diz ele. "O tucupi
vem da mandioca, muito utilizada pelos índios, mas não há
pato selvagem lá. O pato com
certeza foi uma influência dos
portugueses. E a combinação é
perfeita", completa.
Leite afirma que sua intenção é trazer os clássicos da culinária paraense sem muitas inovações, mas bem-feitos. "Eu
não tenho a pretensão da criatividade. Minha pretensão é fazer os clássicos da melhor maneira possível", diz. No Amazônia, o pato ao tucupi custa R$ 49 e serve duas pessoas. A maniçoba -espécie de "feijoada"
feita com as folhas da maniva, a
planta da mandioca-brava-
custa R$ 46 e também serve
duas pessoas.
AMAZÔNIA
rua Rui Barbosa, 206, Bixiga. Ter. a
sex., das 19h às 24h; sáb., das 12h às
16h e das 19h às 24h; e dom., das
12h às 16h.
Tel. 0/xx/11/3142-9264.
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