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DE TODAS AS TRIBOS
Após quase 40 anos, forte São Marcelo volta a ser aberto
Cravado na baía de Todos os Santos, prédio tombado em 1938 foi transformado em Centro Cultural
DA ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR (BA)
Ele é intrigante. Cilíndrico,
fica cravado na água da baía de
Todos os Santos. Bem exibido,
está alinhado a dois dos principais pontos turísticos da capital
baiana: o mercado Modelo e o
elevador Lacerda. E há quase
40 anos permanecia uma incógnita, fechado.
Graças a todos os santos -e à
prefeitura e aos patrocinadores-, esse mistério se desfez há
seis meses. O forte São Marcelo
está, enfim, aberto a visitação.
Depois de um destino incerto
-já foi planejada a construção
de um hotel ali, entre outros
empreendimentos-, a fortificação cilíndrica erguida sobre
um banco de areia foi restaurada, recheada de material histórico e se transformou em Centro Cultural Forte São Marcelo.
A ida ao forte vale cada minuto a menos de compras no mercado Modelo. E é bom reservar
algum tempo, pois de nada vale
ir até lá sem guardar uns minutos para admirar a vista que se
tem da cidade e do mar a partir
do ponto mais alto da muralha.
Apesar de parecer isolado,
chegar até ali é bem simples.
Saindo do elevador Lacerda,
olhando bem de frente para o
mercado Modelo, basta seguir
pela lateral direita. Surgirá, do
outro lado da rua, meio inclinado, um prédio azul, o Centro
Náutico. Ali dentro são vendidos bilhetes para diversos passeios de barco. Vá direto ao terceiro guichê. Esse é o único que
vende o bilhete para o forte. O
barco parte a cada meia hora.
Mas como o movimento é pequeno, ele pode sair imediatamente ao chegarem visitantes.
E o trajeto é muito curto.
A história do forte São Marcelo começa em 1650, quando
sua construção foi autorizada.
As obras foram concluídas apenas em 1728.
Primeiro, ele teve a forma de
torreão circular bem no cocuruto do banco de areia. Para ficar mais protegido, foi construída depois uma muralha,
também circular, ao seu redor.
O alinhamento do forte com
o mercado e o elevador não é
sem porquê. Ele foi erguido para proteger a cidade, que era
então apenas um trecho da chamada Cidade Alta e uma franja
na Cidade Baixa. Há, no atual
acervo, uma maquete que mostra a antiga Salvador, amuralhada, guardada pelo forte.
As salas foram transformadas em um museu sobre a sua
história. Versam sobre as rotas
de navegação portuguesas, a vida dos soldados no forte e a história da cidade. Há simulador
de canhão e de nau, em uma sala que funcionava como cela, e
nomes de presos famosos, como o revolucionário gaúcho
Bento Gonçalves (1788-1847).
Em uma delas, a mais interessante, há fotos de Salvador nos
séculos 16, 17, 18 e 19.
Então, terminado o percorrido histórico, vem o ponto alto
do passeio. Primeiro, os visitantes sobem ao cume do torreão central, a primeira parte
do forte. Dali avista-se toda a
baía, da ponta do Humaitá à
Barra. Mas isso é só o aperitivo.
Logo em seguida, os visitantes
são levados à muralha, o ponto
mais alto dessa construção cilíndrica. Dali, avista-se a cidade
e o mar. É como ver Salvador de
camarote.
(HELOISA LUPINACCI)
FORTE SÃO MARCELO - Funciona
de terça a domingo, das 9h às 18h;
ingresso (trecho de barco mais entrada no forte): R$ 10 (estudantes
pagam R$ 5)
Tel.: 0/xx/71/3321-5286
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