São Paulo, quinta-feira, 23 de novembro de 2006
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Frases "Os velhos solares da Sé estão hoje reduzidos a cortiços de gente pobre, e é mesmo uma impressão curiosa ver o mais reles meretrício da cidade, o meretrício pretinho, aboletado em nobres casarões arruinados, que estão destinados a um papel de defesa da cidade durante a Segunda Guerra Mundial, porque essas heróicas prostitutas impedirão que os marinheiros possam abordar as moças de classe alta da cidade, saídos do jejum que a vida marítima exige de seus devotados." MANUEL BANDEIRA E TOM ZÉ (EM ITÁLICO)
"O largo do Pelourinho é vista urbana que
um brasileiro pode mostrar a um francês sem ter
nenhuma dor de corno pela perspectiva dos
Campos Elíseos ou da Avenida da Ópera. Quanta
casa velha bonita! Esses oitões imensos dos
sobrados de suas águas. A gente não se farta de
olhar. E olhe, Mario, que nesse Pelourinho pedras,
paredes e pretos são originais de fábrica."
"Nunca vi cidade tão caracteristicamente
brasileira como a "boa terra". (...) A gente mal pisou
na cidade baixa e já se sente tão em casa como se
ali fosse a grande sala de jantar do Brasil, recesso de
intimidade familiar de solar antigo com
jacarandás pesados e nobres. A mesa posta, corre
uma brisa do mar e três tias tisnadas servem pratos
com cheiro de cravo, canela, coxas e ancas.
Escabeche de curimã, Caymmis e Carybés. E tudo já
quer andar, tudo jacarandá".
"Ali a gente se sente mais brasileiro. Em
mim, confesso que, mais forte do que nunca,
estremeceram aquelas fundas raízes raciais que
nos prendem ao passado extinto, ao presente mais
remoto. (...) E fiquei comovidíssimo, querendo
mais bem não somente aos baianos, com que ali
me irmanava, senão também aos patrícios mais
afastados ou mais esquivos -paulistas, acreanos,
gaúchos, mato-grossenses. Porque a Bahia não
exclui. Em Salvador, rico ou pobre, capitalista ou
vagabundo, todo mundo tem seu santo." |
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