São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 2002

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ROMARIA LUSA

Cidade abriga monumentos como a Sé Catedral, que é ao mesmo tempo gótica, renascentista e barroca

Braga testemunha mistura de estilos

DO ENVIADO ESPECIAL A PORTUGAL

Junto com Guimarães, Braga era a entrada da região do Minho para os peregrinos que rumavam a Santiago vindos do sul. A cidade, considerada uma das mais jovens da Europa pelo número de estudantes (entre 40 mil e 60 mil), cresceu ao redor da Sé Catedral, circunscrita às muralhas.
Apesar de viver o século 16 à margem dos descobrimentos, a cidade sofreu grande transformação no governo do arcebispo d. Diogo de Sousa, a partir de 1505, que transformou "a aldeia numa cidade", como ele próprio costumava dizer. No século 17, Braga sofreu influência do barroco e, no final do século 18, há a transição para o neoclássico.
A Sé Catedral, como outros monumentos, sofreu alterações com o tempo. Foi fundada no início do século 12. Presume-se que, no local onde foi construída, haveria outro templo anteriormente, destruído na invasão mourisca de Almonzor e reconstruído em 1070 pelo bispo d. Pedro.
A partir do século 12, o projeto de reconstrução foi substituído por outro, mais moderno. A catedral recebeu sucessivas capelas laterais, sendo a da Glória uma das mais importantes.
Por volta de 1500 foi acrescentada uma galeria e durante os séculos 17 e 18 foram feitas inúmeras alterações, algumas irreparáveis, como a destruição de pórticos, de capitéis e do claustro e a modificação da fachada. As alterações sofridas envolvem uma mistura de estilos, incluindo o gótico, o renascentista e o barroco.
A igreja de Santa Maria da Falperra é um exemplo do barroco. Projetada pelo arquiteto André Soares, foi construída pelo mestre pedreiro João Rodrigues entre 1753 e 1755 e é considerada uma das obras mais representativas do final do barroco português. Os entalhes em pedra transformam o granito em finuras, concheados e linhas elegantes. Sua fachada integra o final do barroco português com elementos rococós.
Outro monumento importante do estilo é o prédio da Câmara Municipal de Braga, também de André Soares. No frontispício do edifício está a imagem de Nossa Senhora do Livramento.
A igreja de Bom Jesus do Monte, edificada no alto de uma montanha homônima nos séculos 18 e 19, exibe a passagem do barroco ao neoclássico, numa obra do arquiteto e engenheiro Carlos Amarante (1742-1815) cheia de detalhes. Com sua escadaria em estilo barroco decorada com estátuas de personagens bíblicos, o conjunto destaca-se do verde da vegetação como um verdadeiro monumento à elevação do espírito.
(ORMUZD ALVES)


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