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ROMARIA LUSA
Cidade abriga monumentos como a Sé Catedral, que é ao mesmo tempo gótica, renascentista e barroca
Braga testemunha mistura de estilos
DO ENVIADO ESPECIAL A PORTUGAL
Junto com Guimarães, Braga
era a entrada da região do Minho
para os peregrinos que rumavam
a Santiago vindos do sul. A cidade, considerada uma das mais jovens da Europa pelo número de
estudantes (entre 40 mil e 60 mil),
cresceu ao redor da Sé Catedral,
circunscrita às muralhas.
Apesar de viver o século 16 à
margem dos descobrimentos, a
cidade sofreu grande transformação no governo do arcebispo d.
Diogo de Sousa, a partir de 1505,
que transformou "a aldeia numa
cidade", como ele próprio costumava dizer. No século 17, Braga
sofreu influência do barroco e, no
final do século 18, há a transição
para o neoclássico.
A Sé Catedral, como outros monumentos, sofreu alterações com
o tempo. Foi fundada no início do
século 12. Presume-se que, no local onde foi construída, haveria
outro templo anteriormente, destruído na invasão mourisca de Almonzor e reconstruído em 1070
pelo bispo d. Pedro.
A partir do século 12, o projeto
de reconstrução foi substituído
por outro, mais moderno. A catedral recebeu sucessivas capelas laterais, sendo a da Glória uma das
mais importantes.
Por volta de 1500 foi acrescentada uma galeria e durante os séculos 17 e 18 foram feitas inúmeras
alterações, algumas irreparáveis,
como a destruição de pórticos, de
capitéis e do claustro e a modificação da fachada. As alterações sofridas envolvem uma mistura de
estilos, incluindo o gótico, o renascentista e o barroco.
A igreja de Santa Maria da Falperra é um exemplo do barroco.
Projetada pelo arquiteto André
Soares, foi construída pelo mestre
pedreiro João Rodrigues entre
1753 e 1755 e é considerada uma
das obras mais representativas do
final do barroco português. Os
entalhes em pedra transformam o
granito em finuras, concheados e
linhas elegantes. Sua fachada integra o final do barroco português
com elementos rococós.
Outro monumento importante
do estilo é o prédio da Câmara
Municipal de Braga, também de
André Soares. No frontispício do
edifício está a imagem de Nossa
Senhora do Livramento.
A igreja de Bom Jesus do Monte,
edificada no alto de uma montanha homônima nos séculos 18 e
19, exibe a passagem do barroco
ao neoclássico, numa obra do arquiteto e engenheiro Carlos Amarante (1742-1815) cheia de detalhes. Com sua escadaria em estilo
barroco decorada com estátuas
de personagens bíblicos, o conjunto destaca-se do verde da vegetação como um verdadeiro monumento à elevação do espírito.
(ORMUZD ALVES)
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