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VALE QUANTO VOA
Bilhete pago com dinheiro do Orçamento Geral da União vira milhas para servidor
Parlamentares são beneficiários
DANIELA PINHEIRO
da Sucursal de Brasília
Com dinheiro público, os 666
mil servidores federais gastam por
ano cerca de R$ 200 milhões em
passagens aéreas. O investimento é
público, os benefícios, privados.
Os vôos dos parlamentares e dos
funcionários públicos que viajam
a serviço podem ser usados como
crédito para o programa de milhagem das companhias aéreas.
Milhas acumuladas são consideradas benefício do passageiro e
não servem para uso do governo.
Apesar de o bilhete ter sido pago
com dinheiro do Orçamento Geral
da União, o que interessa às companhias na hora de computar a milhagem é o nome do viajante, escrito no cartão de embarque.
O ministro Luiz Carlos Bresser
Pereira (Administração e Reforma
do Estado) disse à Folha estar interessado em alterar o procedimento. Ele afirma que ainda não tem
opinião fechada sobre o assunto.
"As milhagens são uma oferta
das companhias que participam da
concorrência. Acho que não cabe
uma legislação específica, mas é
certo que a concessão do benefício
cria uma situação delicada no serviço público'', diz Bresser.
De acordo com o terceiro-secretário da Câmara, deputado Paulo
Paim (PT-RS), deputados e senadores podem requerer a vantagem.
``Não há problemas. Mas acho que
pouca gente faz isso. Já temos direito a um certo número de passagens por mês'', disse.
O deputado Haroldo Lima (PC
do B-BA) é um dos adeptos do
programa de acúmulo de milhas
da Varig. Ele disse já ter conseguido pelo menos outros três trechos
Brasília-Salvador graças às passagens que recebe da Câmara.
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