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Cubanos abrem temporada de caça ao dólar
free-lance para a Folha
Para evitar imprevistos durante a
viagem, é preciso obter informações básicas. Em Cuba, tudo é do
governo, e todos os trabalhadores
são funcionários públicos.
Não estranhe quando perceber a
deficiência nos serviços, acompanhada, quase sempre, por uma dose tropical de simpatia e lentidão.
Se não pretende ficar nervoso,
acostume-se a isso.
Outra informação importante:
com o fim da ajuda soviética e o
embargo norte-americano, a ilha,
com 11 milhões de habitantes, está
enfrentando uma de suas piores
crises econômicas e sociais.
Desde que abriu as fronteiras para o turismo, economia e população estão voltadas para a temporada de caça aos dólares.
Tenha em mente que um dólar
equivale a 20 pesos, e a média salarial de um médico cubano está por
volta de US$ 12. Um motorista de
táxi ganha US$ 10, e um guia turístico, US$ 8.
Como os serviços e os produtos
estão dolarizados -da gasolina ao
sanduíche no bar-, o cubano não
tem poder de compra.
Por isso, volta-se para atividades
ligadas ao turismo. Desde as oficiais, que garantem a "propina"
(como eles chamam a gorjeta), até
aquelas mais marginais, como a
venda de charutos falsificados e a
prostituição.
Vem daí a explicação para o forte
assédio que você vai encontrar,
principalmente em Havana.
Basta ter cara de turista para um
cubano "colar" e oferecer produtos ou simplesmente agir como
guia turístico.
Se a cara dele for confiável, ótimo. Aproveite o conhecimento
que a população tem da história do
país. Dependendo do seu bolso, a
gorjeta de US$ 1 já é recebida com
grande agradecimento.
Espertinhos
Cuidado com o troco. Alguns cubanos tentam devolver notas de
peso no meio dos dólares, na proporção de um para um.
Devolva gentilmente e mostre
que é tão esperto quanto eles. Afinal, você é brasileiro.
Fique tranquilo porque, no momento em que descobrirem esse
detalhe, vão sorrir muito mais e
lembrar que somos "irmãos".
Em seguida, vão desfiar um rosário de celebridades de nossas novelas, transmitidas nas duas TVs
cubanas: Glória Pires, Regina
Duarte, ``Sinhamocinho" Malta.
Comprar charutos requer cuidados especiais. Os Montecristo
não-oficiais, oferecidos nas ruas
por US$ 15 a caixa, são descaradamente falsificados, da embalagem
ao produto final.
Podem até ser cubanos, mas não
têm a qualidade daqueles garantidos pelo governo, que custam até
US$ 50 e são a melhor opção.
Se você comprar no free shop de
Havana ou dentro do avião, vai desembolsar US$ 76 pela caixa.
(MM)
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