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MARANHÃO DA FOLIA
Sucessivos projetos vêm reconstruindo conjunto arquitetônico que quase sumiu no início do século 20
Centro histórico reproduz clima de Lisboa
DA ENVIADA ESPECIAL A SÃO LUÍS
Ir a São Luís representa uma
oportunidade única de conferir o
conjunto arquitetônico de características mais lusitanas existente
em todo o Brasil.
O centro histórico do município, que ganhou em 1998 o título
de patrimônio histórico da humanidade pela Unesco, reúne mais
de 5.000 edificações tombadas e
vem sendo recuperado por sucessivos projetos desde 1979.
"No início do século 20, distante
do modelo econômico vigente,
São Luís enfrentou um processo
muito acelerado de degradação.
Grande parte dos prédios históricos virou ruínas. Tivemos que reconstruir tudo cuidadosamente",
afirma Luiz Phelipe Andrés, engajado na recuperação do centro
desde a década de 70.
Quem circula hoje pela cidade
custa a acreditar que o conjunto
tenha chegado tão perto do desaparecimento. Minuciosos, os trabalhos de recuperação devolveram à população local e aos visitantes a São Luís do passado, com
seus sobrados praticamente clonados dos de Lisboa.
"O auge da construção de São
Luís foi simultâneo à reconstrução de Lisboa, após o grande terremoto de 1755. As plantas desenvolvidas para as edificações de lá
eram também aplicadas aqui, sem
que nada fosse mudado. A cidade
era uma réplica da capital portuguesa", explica Andrés.
Para encher os olhos, vale conferir a beleza da fachada do convento das Mercês, situado na rua
das Palmas, e o teatro Arthur Azevedo, segundo mais antigo do
Brasil e inaugurado em 1817.
Atualmente, um projeto piloto
de habitação está reformando sobrados e solares e entregando-os a
moradores, com a finalidade de
incentivar a movimentação e a vida no centro. Outra ação similar
instalou, nos últimos anos, diversos centros educacionais nos edifícios antigos, também com o objetivo de preservá-los.
Os azulejos que recobrem as fachadas -e que se tornaram a característica mais conhecida da capital maranhense- podem ser
vistos por toda parte. Trazidos pelos portugueses, testemunham a
influência dos povos mouros em
sua variedade de desenhos. E foram aplicados para proteger as fachadas das chuvas de inverno.
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