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São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2003

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FRONTEIRA "HI-TECH"

Painéis em néon, cafés e lojas de grife fazem do bairro um dos mais chiques da capital japonesa

Em Tóquio, Ginza parece ser avesso à crise

Silvio Cioffi/Folha Imagem
Bairro mais ocidentalizado de Tóquio tem na esquina das avenidas Chuo-Dori e Harumi-Dori prédios como o San'ai


SILVIO CIOFFI
ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO

O bairro de Ginza, em Tóquio, é um lugar onde as crises são menos perceptíveis, tamanho é o seu poderio econômico.
Mesmo admitindo que os preços no Japão não são módicos, o governo do primeiro-ministro Junichiro Koizumi tem como meta, apesar da guerra no Iraque, dobrar o número de turistas estrangeiros no país, hoje na casa de 5 milhões de pessoas/ano, até 2010.
Metrópole mais populosa do arquipélago japonês, com 12 milhões de habitantes, Tóquio é o primeiro e o principal destino dos viajantes internacionais -e Ginza, a despeito de crises e de guerras, concentra muito do agito e do comércio na capital.
O preço do aluguel comercial na avenida Chuo-Dori, no coração de Ginza (cerca de US$ 400 por pé quadrado, ou 0,0929 m2), rivaliza com o cobrado na 5ª Avenida de Nova York. Isso depois que a metrópole vibrante e agiornada que emergiu dos Jogos Olímpicos de 1964 -evento prestes a fazer 40 anos- se transformou em destino turístico de primeira grandeza.

Bairro iluminado
Bem no centro de Ginza, a avenida Chuo-Dori é a mais iluminada via de Tóquio, com painéis eletrônicos e cartazes gigantescos envolvendo prédios, parafernália de néons e uma infinidade de cafés e restaurantes. Com perto de 500 galerias de arte, a vizinhança não se presta apenas para compras (capítulo em que a avenida e o seu entorno rivalizam com o bairro de Shinjuku).
Aliás, Ginza foi feito para passear, sobretudo no domingos, quando o comércio funciona, o trânsito é interrompido e a Chuo-Dori é tomada por pedestres.
Além de magazines japoneses tradicionais, como o Mitsukoshi, o Matsuya e o Wako, a avenida principal de Ginza reúne nos seus oito quarteirões numerados lojas como Prada, Gucci, Chanel, Louis Vuitton, Bvlgari, Fendi, Armani, Tiffany's, Shiseido, Adidas, Salvatore Ferragamo e Burberry's.
Ginza abriga ainda o showroom da Sony, com oito andares de eletroeletrônicos, e o espaço com carros recém-saídos da Nissan e exibidos por recepcionistas de fechar o comércio.
Produtos de grife também são vendidos nos magazines japoneses. O Matsuya tem oito andares, terraço para golfe e bichos de estimação no nono piso e dois andares subterrâneos só para comida. No Mitsukoshi, o panorama muda pouco, pois o magazine, também de oito andares, tem três subsolos para comida e piso superior, no nono andar, com terraço.
Para reembolso do imposto ("tax-free"), os magazines não fazem cerimônia. Basta levar o passaporte e juntar notas no valor de 10.001 ienes (US$ 83) para receber, na loja, as taxas de volta. No aeroporto não é preciso exibir o produto, só os boletos. O comércio funciona das 10h às 20h e cada loja folga num dia diferente.
Além dos magazines, das lojas de grife, do agito e das luzes, Ginza tem tesouros típicos -e menos caros - em lojas como as papelarias Ito-Ya e Kyukyodo. De postais a gravuras, além de uma infinidade de bloquinhos, agendas e envelopes, a Ito-Ya (www.ito-ya.co.jp) e a Kyukyodo (www.kyukyodo.co.jp) vendem papel feito artesanalmente, preciosidade bem japonesa.

Silvio Cioffi, editor de Turismo, viajou a convite da The Leading Hotels of the World (SP).


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