São Paulo, quinta-feira, 24 de março de 2005

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REPÚBLICA GUARANI

Propriedade em Caapucu, perto das Missões, abriu portas para turista ver realidade dos criadores de gado

Estância rural mostra tradição sem floreios

Heloisa Lupinacci/Folha Imagem
Macaco morador da fazenda; local acolhe animais feridos ou rejeitados encontrados na região


DA ENVIADA ESPECIAL AO PARAGUAI

Assim como no resto do mundo, o turismo rural do Paraguai começa a crescer. A tradição campesina temperada com a cultura guarani é parte importante do folclore paraguaio. Essa mescla pode ser conferida na dança do cântaro, um bailado típico em que mulheres fazem passos equilibrando um jarro de barro na cabeça.
A tradição do cântaro é forte no campo. Seguindo o costume, as casas têm, ao lado da porta, um jarro cheio de água, coberto com um pires e uma caneca. Isso para que o visitante sacie a sua sede.
Essas histórias podem ser conferidas na Estância Santa Clara, uma das primeiras propriedades rurais do país a praticar o turismo rural, em Caapucu, a 141 km de Assunção. A fazenda -que cria gado há um século- abriu as portas para receber turistas há sete anos. Valeria Martinez Pastore, uma das proprietárias, ressalta que o turista que for à fazenda verá a realidade e não um show armado para entretenimento.
"Detesto quando chego a um lugar e vejo que tudo é armado. Se é época de marcar o gado, aqui o turista vê marcar o gado", explica.
A maior parte dos visitantes vem da Europa, principalmente da Alemanha e dos EUA. Os paraguaios começaram a descobrir o turismo rural há três anos, segundo Pastore. Com tradição na criação de cavalos, a estância incentiva os hóspedes a percorrer a região no lombo dos animais e a conviver com os peões.
Mas quem quiser ficar só na sede, um casarão antigo, decorado de maneira tradicional, com direito a fotos de família e rifles na parede, também tem com o que se divertir. Isso porque a fazenda recebe animais machucados ou rejeitados. Assim, logo na entrada, um puma fêmea deitado na sombra recebe preguiçosamente o carinho dos visitantes. Dois macacos emitem guinchos. Há até uma onça, que fica numa grande jaula.
As excursões que estiverem de passagem por Caapucu, onde fica a estância, no caminho para Encarnación, região das missões jesuítas, podem atravessar as oito porteiras que dão acesso à estância para almoçar. Vale a pena. É preciso ligar antes e combinar o preço. (HELOISA LUPINACCI)

Estância Santa Clara - 00/xx/595/21/ 60-5729; www.estanciasantaclara.com.py. Diária com pensão completa custa US$ 150, para o casal.


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