São Paulo, segunda, 25 de janeiro de 1999

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SÃO PAULO, 445
Acompanhe o arquiteto Carlos Lemos em resgate arqueológico das relíquias da cidade, vivas sob o caos
Tesouros escapam de fúria centenária

Niels Andreas/Folha Imagem
O Teatro Municipal, construído no início do século com tijolos e adornado por estátuas, hoje é tema para pintura em ônibus paulistanos


CARLA ARANHA
da Reportagem Local

São Paulo dos estertores das estrelas, da morte súbita de sua história, da sofreguidão, de sonhos mil de tantos imigrantes -a tal Paulicéia desvairada de seu filho dileto, o escritor Mário de Andrade, chega hoje aos seus 445 anos repousando sobre os mortos.
Não existe mais a cidade fundada pelos jesuítas em 1554. Foram-se, na fúria arrebatadora das novas construções, o casario colonial, as ruas de calçamento de pedra, as praças do centro e muitas, muitas igrejas. Mas como nem tudo esvaece sob as botas acinzentadas da destruição feita em nome do progresso, ainda restam algumas construções que contam a história da cidade.

Reprodução
"Vista de Cidade" (1983), de Agostinho Batista de Freitas (1927-1997), lança luz sobre a grande influência dos EUA na arquitetura de São Paulo


A reportagem da Folha e o arquiteto paulista Carlos Lemos, atento à preservação do patrimônio histórico, percorreram os locais de maior interesse para o leitor. Acompanhando-nos nesse passeio, você descobrirá a Casa do Grito, uma relíquia histórica plantada no jardim do Ipiranga, e prédios que marcaram o modernismo em São Paulo, como o Sampaio Moreira, de 1924, em estilo Luís 16.
É verdade que muitas dessas casas e edifícios estão reclamando, com urgência, uma boa restauração. Por sinal, nada mais óbvio na metrópole desvairada, com seu lixo que não cala e sobe pelas paredes de seu passado.



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