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Curso ensina a sobreviver diante das agruras da caatinga
FREE LANCE PARA A FOLHA
Seu Lino é um índio pankararé
que vive desde que nasceu na reserva ecológica Raso da Catarina,
a 40 km de Paulo Afonso.
Adaptado ao clima sequíssimo
da região, ele costuma dizer para
quem pergunta que não toma banho há três anos. Pode também
passar um dia inteiro sem tomar
nenhum gole de água.
Com esse perfil, ele poderia ser
o professor do curso de sobrevivência na caatinga promovido pelo grupo Kalangos.
O sargento do Exército Pasur
Tenório, Virgílio Agra e Sergio
Costa Santos desenvolveram o
curso para os muitos aventureiros. Eles mostram quais plantas
são comestíveis e onde é possível
conseguir um pouco de água,
além de dar todas as dicas para
quem quer conhecer a região.
Levar muita água potável, agasalho para a noite, protetor solar e
boné é indispensável. A formação
rochosa, a existência de árvores
ameaçadas de extinção e o total
isolamento fazem de Raso da Catarina um passeio único.
A área total da reserva é de 6.400
km2 e ela fica localizada em três
municípios baianos: Canudos,
Rodelas e Paulo Afonso. Só é possível chegar lá com um veículo de
tração nas quatro rodas, o que
não inibe a ação de caçadores,
atraídos pela rica fauna. Animais
como tatu, peba, camaleão, cascavel, veado e porco-do-mato são típicos da região. E há até onças.
A Baixa do Chico, onde fica a reserva indígena Pankararé, é uma
das paradas mais famosas do Raso. A temperatura é elevada durante o dia e baixa a 10C à noite.
O melhor período para a visita é
entre junho e agosto, quando o
calor diminui e a vegetação fica
mais verde.
O difícil acesso certamente contribuiu para que Lampião escolhesse a Baixa Fechada como um
de seus esconderijos. Para quem
não quer se arriscar a passar uma
noite na reserva, é possível fazer
passeios de um dia pelas trilhas da
caatinga.
(LP)
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