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LUZES DA CIDADE
Euro forte exige jogo de cintura de turista na capital francesa, que vive clima de policiamento ostensivo
Paris intensifica sua onda de restaurações
SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO
No ponto culminante dos
Champs-Elysées, o Arco do
Triunfo está parcialmente coberto por uma tela. Avenida abaixo,
os prédios do Grand e do Petit Palais estão em franca reconstrução.
Já os detalhes dourados das fontes
da praça da Concorde, onde fica o
estrelado Hôtel de Crillon, estão
mais faiscantes do que nunca.
Idem o telhado dourado do domo dos Invalides, do outro lado
da cidade, onde Napoleão Bonaparte está sepultado: hoje, tudo
em Paris está sendo restaurado.
Mas as obras não são novas e
datam dos anos 1980, quando o
presidente François Mitterrand
(1916-1996) iniciou a era de renovação urbanística conhecida como "Os Grandes Trabalhos". Mitterrand construiu ainda, ao lado
do museu do Louvre, as polêmicas pirâmides de vidro concebidas pelo arquiteto I.M. Pei.
Embora sempre dê para visitar a
Cidade Luz navegando pelo site
oficial, www.franceguide.com
(da Maison de la France), ver "in
loco" a fachada da Ópera, que
agora parece nova em folha, as
pontes que cruzam o rio Sena e os
grandes museus -Louvre, Orsay
e Georges Pompidou- também
é de enlouquecer.
Novíssimos trabalhos
Há cerca de 20 dias, Bertrand
Delanoë, o ambicioso prefeito parisiense -socialista como Mitterrand-, anunciou, em entrevista
ao jornal "Le Monde", quatro novos projetos de renovação do Les
Halles e da Ile-de-France, locais
por onde circulam diariamente
cerca de 800 mil pessoas.
Costurando todos esses lugares,
o visitante que já tiver conferido
as pirâmides do Louvre pode contemplar Paris do alto de um dos
ônibus de dois andares, fazendo
um trajeto circular pelos principais bairros e pontos turísticos.
Para isso gastará 22 (caso da
empresa Les Cars Rouges) ou
27 (preço do L'Open Tour) por
um passe de dois dias que permite
ao turista subir e descer em diversos lugares.
Outra oferta que faz a festa do
viajante que não perde tempo é o
Carte Musée Monumentes/Paris
Museum Pass. O passe dá direito
a entrada em uma infinidade de
museus, mas só vale a pena se for
intensivamente usado, pois custa
22 por dia; 42 por dois dias ou
63 por três dias. Vale lembrar
que a entrada nos principais museus custa em média 10.
Há, no entanto, um clima de policiamento ostensivo, como em
todas as grandes cidades européias, assustadas com possíveis
atentados terroristas. Em Paris,
há muitos policiais de uniforme
azul (a cavalo, a pé, de patinete) e,
em algumas esquinas, cavaletes
impedem o estacionamento no
entorno da rua de comércio chique Faubourg St. Honoré -especialmente atrás da Embaixada dos
EUA e do Ministério do Interior.
Com uma oferta cultural que
não encontra paralelo, esbanjando museus e ostentando inúmeros locais bafejados pela história,
a capital francesa peca hoje pelos
preços altos. Em tempo de euro
forte e dólar fraco, o turista brasileiro caiu na real, aderindo ao piquenique no quarto na hora do
jantar -o que não chega a ser um
problema-, com as guloseimas
vendidas nos supermercados, como o Monoprix, que estão por todo lado. Mesmo nas lojas de gastronomia Fauchon (www.fauchon.com), abertas diariamente
das 8h às 23h em 13 endereços, os
preços não assustam (as porções
individuais para levar custam, em
média, 10).
Os franceses mais renitentes
que não nos ouçam, mas há turistas trocando os tradicionais bistrôs pelo McDonald's da
Champs-Elysées, onde cartões de
crédito são aceitos e um lanche de
McChicken, Coca-Cola e salada
de alface com camarõezinhos e
salmão (servida num medonho
copo de plástico!) custa 7,60.
Pequenos lugares comerciais
para almoçar oferecem menus
impecáveis, com prato principal,
sobremesa e, eventualmente, vinho, por cerca de 20.
Silvio Cioffi viajou a convite da Maison
de la France (SP), da companhia aérea
Air France e das empresas de consultoria
hoteleira X-Mart e GP Marketing.
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