São Paulo, segunda-feira, 26 de abril de 2004

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AÇÃO INTERNACIONAL

Operadora brasileira aderiu ao projeto em março

Código une empresas contra turismo sexual infantil

DA REDAÇÃO

O Carlson, um dos maiores grupos de turismo do mundo, assinou na semana passada um código de conduta para proteger crianças contra a exploração sexual no turismo, lançando a iniciativa na América do Norte.
Promovido pelo Unicef (órgão das Nações Unidas para a infância) e pela Organização Mundial do Turismo, o código é um projeto que visa aliar o setor do turismo a um grupo defensor dos direitos da criança, o Ecpat (sigla em inglês para fim da prostituição infantil, pornografia e tráfico infantil com propósitos sexuais).
"É hora de dar um passo e atacar esse problema", disse Marilyn Carlson Nelson, presidente do grupo, que inclui a Carlson Wagonlit Travel -a segunda maior empresa de viagens do mundo-, os hotéis Radisson e várias redes de restaurante.
Com a assinatura do código, organizações de turismo e operadores -incluindo agentes de viagem, hotéis e companhias aéreas- querem estabelecer uma política corporativa contra o turismo sexual infantil. As medidas incluem treinamento dos funcionários para saber lidar com o problema o fornecimento de informações ao setor sobre os clientes.
"Isso significa que as pessoas da indústria do turismo saberão como lidar com esses problemas quando confrontadas com eles", diz Carol Smolenski, diretora do Ecpat nos EUA.
De acordo com o Ecpat, o código de conduta está sendo implementado por mais de 50 operadoras de turismo em 13 países.
"A indústria do turismo é crítica na luta contra a exploração sexual. Não podemos mais olhar para o outro lado enquanto pessoas de nossa própria comunidade estão abusando das nossas crianças nas formas mais impensadas", disse Carol Bellamy, diretora do Unicef.
A entidade estima que 2 milhões de crianças no mundo estejam envolvidas no multimilionário negócio sexual. A maioria das vítimas são meninas, e os maiores centros de turismo sexual são Acapulco (México), Bancoc (Tailândia), Rio de Janeiro, Bali (Indonésia) e Camboja.

Brasil
No mês passado, a operadora FreeWay Adventures assinou o acordo para a implementação desse código na luta contra o turismo sexual com crianças.
Segundo Edgar Werblowsky, diretor da empresa, a FreeWay se compromete a "envidar esforços" para que fornecedores e clientes tomem conhecimento do código e ajudem a coibir a exploração sexual infantil.
A empresa, por exemplo, já rejeitou pedido de operador internacional ao perceber que a solicitação do cliente tinha propósitos de turismo sexual com crianças.
"Já começamos a trabalhar e a sensibilizar a nossa rede de fornecedores, hotéis, pousadas, receptivos. A segunda etapa é, agora, preparar o material detalhando o que cada um fará para pôr as ações em prática. Na terceira, um folheto será distribuído para todos os viajantes com o intuito de coibir a exploração sexual da criança no turismo", diz.
Grupos de direitos humanos estimam que, no Brasil, entre 100 mil e 500 mil crianças se prostituam. Informações para aderir ao código podem ser obtidas no site www.thecode.org.


Com agências internacionais.


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