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FEIRA INTERNACIONAL
Queda de 2001 para 2002 é a segunda maior entre os dez países que mais enviaram turistas para o país
Fluxo de brasileiros para os EUA cai 26,5%
MARGARETE MAGALHÃES
ENVIADA ESPECIAL A ST. LOUIS
O turismo internacional nos
EUA só deve voltar a patamares
anteriores aos de 11 de setembro
daqui a três anos, segundo estudo
do Departamento de Comércio
dos EUA, divulgado durante a 35ª
Pow Wow -maior evento da indústria do turismo norte-americano -, que reuniu cerca de 5.100
pessoas de 64 países de 17 a 21 de
maio em St. Louis, a capital do Estado de Missouri.
O crescimento em 2003 será
modesto, de apenas 1%, e aumentará gradativamente nos anos seguintes. Em 2006, a previsão é que
os EUA recebam 51 milhões de turistas internacionais.
No caso do Brasil, que nos últimos anos caiu da quinta para a oitava posição em emissão de turistas para os EUA, a estimativa é
que em 2006 haja aumento de
20% no fluxo de brasileiros em relação a 2002 (confira tabela ao lado), saindo dos 405 mil para 484
mil visitantes.
A previsão, porém, passa longe
do pico apresentado em 1997,
quando 940,7 mil verde-amarelos
viajaram para os EUA.
"O mercado diminuiu mais de
50% em relação a 1998", diz Luiz
de Moura Jr., 39, diretor da TIA
(Travel Industry Association of
America) no Brasil - associação
que engloba mais de 2.000 organizações de turismo nos EUA.
Negócios brasileiros
O evento encolheu em número
de participantes, mas, para os
operadores brasileiros, a diminuição não impediu a geração de novos negócios, que totalizou US$
3,1 bilhões (ainda assim, houve
uma redução de 10% em relação
ao ano anterior).
"A queda [de participantes e de
negócios] já era esperada antes da
feira. O dólar estava altíssimo, havia indecisão por causa da guerra
e da Sars, tudo ao mesmo tempo",
explica Moura Jr.
Nesta edição, participaram 44
operadoras brasileiras, contra 49
no ano passado.
"Queremos crescer de 20% a
30% no mercado", diz Barbara Picollo, gerente de produto para
América do Norte e Caribe da
CVC, operadora que levou 6.000
brasileiros para os EUA em 2002.
Após o fim da guerra no Iraque
e a valorização do real no último
mês, Picollo aposta no impulsionamento das vendas para a Disney, tradicional destino de férias
de julho, e para Las Vegas e Havaí.
Com apoio da TIA, o SeeAmerica Vacations -um programa desenvolvido por operadoras brasileiras (Agaxtur, Designer, Flot,
Soft e Trade), que trabalham em
parceria para divulgar e vender 12
destinos nos EUA- renovou o
projeto até 2004 e contará com
US$ 300 mil para gastar em publicidade no mercado brasileiro.
Ao contrário da indústria de turismo no Brasil, que viu despencar o fluxo de turistas para os
EUA, as vendas do SeeAmerica
Vacations cresceram 174% desde
que o pool começou a operar, em
2001. Essa fórmula criativa encontrada pelas operadoras brasileiras
que, apesar de concorrentes, uniram-se para divulgar e promover
os EUA deve se tornar um modelo
internacional.
"A TIA vai tentar implementar
nosso modelo no Japão e na Inglaterra", diz Magda Nassar, diretora da Soft Travel.
Promoção
O fluxo de turistas brasileiros
para os EUA depende de duas
medidas do governo americano,
que pode impulsioná-lo ou restringi-lo ainda mais. A positiva é
que o Congresso americano, pela
primeira vez depois de 15 anos,
alocou US$ 50 milhões para promover o turismo internacional. O
gasto será feito em um ano e meio,
com o objetivo de retomar o espaço que os EUA perderam para o
turismo interno -dos países
emissores- ou outros destinos
internacionais. A negativa é a
obrigatoriedade de entrevistas
pessoais para conseguir visto para
os EUA (leia mais ao lado).
Ainda não foi decidido como os
US$ 50 milhões serão direcionados. A TIA quer coordenar campanhas e gastar o dinheiro na promoção dos EUA em vários países.
"Todos querem um pedaço da
torta", diz Moura Jr.
Segundo o presidente da TIA,
William S. Norman, o Departamento de Comércio é quem decidirá como o dinheiro será gasto.
Margarete Magalhães viajou a convite
da TIA (Travel Industry Association of
America) e da Delta Airlines
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