São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 2006

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raiz paranaense

Museu relembra luta da FEB na 2ª Guerra

MEMÓRIA Salas exibem textos didáticos, armas, medalhas e mapas

DO ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA (PR)

Imigrantes e filhos de imigrantes europeus vinham ao Brasil em grande parte fugindo da pobreza mas também das guerras que assolavam o continente. De forma irônica, bom número deles acabou visitando o continente de origem de seus pais em 1944-45, recrutados pela Força Expedicionária Brasileira que foi combater o nazifascismo durante a Segunda Guerra Mundial.
No ano seguinte, 1946, foi criado em Curitiba o Museu do Expedicionário, que hoje é sem dúvida o que melhor apresenta a participação dos brasileiros na guerra, com exposições didáticas e um prédio adequado.
Logo na entrada há uma placa de granito com os nomes dos paranaenses mortos na guerra. É fácil reconhecer sobrenomes de origem européia. Uma das salas do museu homenageia um pracinha de origem polonesa, outra homenageia um de origem ironicamente alemã (o sargento Max Wolff Filho).
O museu é mantido pela Legião Paranaense do Expedicionário, associação de ex-combatentes, mas administrado desde 1980 no dia-a-dia pelo governo estadual através da Secretaria de Estado da Cultura. Isso o torna bem mais versátil que outros museus de associações de veteranos, além de ser uma garantia da preservação do acervo. As várias salas têm textos didáticos sobre a guerra e objetos que incluem armas, medalhas, mapas e uniformes.
No interior há armas portáteis de vários países, além de alguns canhões alemães e metralhadoras capturados na guerra.
Logo na entrada do prédio há um obuseiro alemão calibre 105 mm, além de um tanque americano M-3 Stuart usado pelo Brasil na época da guerra (mas não na campanha italiana). Um torpedo ilustra a participação da Marinha, mas o maior destaque é um caça americano P-47 Thunderbolt usado pelo 1º Grupo de Caça da Força Aérea Brasileira na Itália.
O avião é um dos poucos que restam dos mais de cem que o Brasil usou na guerra e no imediato pós-guerra. Historiadores o identificaram como um dos que de fato foram à Itália, quando teve o código "C-1" e foi pilotado pelo capitão-aviador Fortunato Câmara de Oliveira, o criador do símbolo do grupo com seu grito de guerra "Senta a Pua!". O P-47 está pintado para representar o avião de código "A-4", que era pilotado pelo tenente-aviador Alberto Martins Torres, o recordista de missões de caça-bombardeio da FAB - foram 99 delas. (RICARDO BONALUME NETO)


MUSEU DO EXPEDICIONÁRIO -praça do Expedicionário, s/nº; de ter. a sex., das 10h às 12h e das 13h às 17h; sáb. e dom., das 13h às 17h. Tel.: 0/xx/41/3362-8231


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