|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
raiz paranaense
Museu relembra luta da FEB na 2ª Guerra
MEMÓRIA Salas exibem textos didáticos, armas, medalhas e mapas
DO ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA (PR)
Imigrantes e filhos de imigrantes europeus vinham ao
Brasil em grande parte fugindo
da pobreza mas também das
guerras que assolavam o continente. De forma irônica, bom
número deles acabou visitando
o continente de origem de seus
pais em 1944-45, recrutados
pela Força Expedicionária Brasileira que foi combater o nazifascismo durante a Segunda
Guerra Mundial.
No ano seguinte, 1946, foi
criado em Curitiba o Museu do
Expedicionário, que hoje é sem
dúvida o que melhor apresenta
a participação dos brasileiros
na guerra, com exposições didáticas e um prédio adequado.
Logo na entrada há uma placa de granito com os nomes dos
paranaenses mortos na guerra.
É fácil reconhecer sobrenomes
de origem européia. Uma das
salas do museu homenageia um
pracinha de origem polonesa,
outra homenageia um de origem ironicamente alemã (o
sargento Max Wolff Filho).
O museu é mantido pela Legião Paranaense do Expedicionário, associação de ex-combatentes, mas administrado desde 1980 no dia-a-dia pelo governo estadual através da Secretaria de Estado da Cultura.
Isso o torna bem mais versátil
que outros museus de associações de veteranos, além de ser
uma garantia da preservação
do acervo. As várias salas têm
textos didáticos sobre a guerra
e objetos que incluem armas,
medalhas, mapas e uniformes.
No interior há armas portáteis de vários países, além de alguns canhões alemães e metralhadoras capturados na guerra.
Logo na entrada do prédio há
um obuseiro alemão calibre
105 mm, além de um tanque
americano M-3 Stuart usado
pelo Brasil na época da guerra
(mas não na campanha italiana). Um torpedo ilustra a participação da Marinha, mas o
maior destaque é um caça americano P-47 Thunderbolt usado
pelo 1º Grupo de Caça da Força
Aérea Brasileira na Itália.
O avião é um dos poucos que
restam dos mais de cem que o
Brasil usou na guerra e no imediato pós-guerra. Historiadores o identificaram como um
dos que de fato foram à Itália,
quando teve o código "C-1" e foi
pilotado pelo capitão-aviador
Fortunato Câmara de Oliveira,
o criador do símbolo do grupo
com seu grito de guerra "Senta
a Pua!". O P-47 está pintado para representar o avião de código "A-4", que era pilotado pelo
tenente-aviador Alberto Martins Torres, o recordista de
missões de caça-bombardeio
da FAB - foram 99 delas.
(RICARDO BONALUME NETO)
MUSEU DO EXPEDICIONÁRIO -praça do Expedicionário, s/nº; de ter. a
sex., das 10h às 12h e das 13h às
17h; sáb. e dom., das 13h às 17h.
Tel.: 0/xx/41/3362-8231
Texto Anterior: João Paulo 2º estimulou criação de espaço com casas típicas Próximo Texto: Parque Tingüi retoma centenário da chegada da leva de ucranianos Índice
|