DO ENVIADO ESPECIAL À FRANÇA

Em Lyon, a culinária é levada tão a sério que existe até mesmo uma "faculdade" especializada no assunto, com reconhecimento do governo e diploma oficial.
A Escola de Artes Culinárias e de Hotelaria de Lyon, cujo presidente honorário é o aclamado chef Paul Bocuse, recebe anualmente 250 estudantes de mais de 40 países. Todos em busca do mesmo sonho: desvendar a mais famosa gastronomia do mundo e tornar-se um chef de destaque no universo da culinária.
Criada em 1990, a escola é presidida pelo co-fundador do grupo hoteleiro Accor Gérard Pélisson e fica em um belo castelo do século 19, na região periférica da cidade.
Nela, são oferecidos dois cursos de nível superior: o de gerenciamento hoteleiro e o de artes culinárias, ambos com duração de até três anos e diploma da universidade de Lyon.
O curso de artes culinárias é o carro-chefe, atraindo alunos de vários países para aulas com famosos chefs de cozinha.
Mas engana-se quem pensa que fazer o curso é tarefa fácil. Anualmente, os aprendizes estudam por seis meses e passam outros cinco meses trabalhando em restaurantes ou na própria faculdade, que serve almoços e jantares a preços reduzidos à comunidade.
Assim como em uma escola qualquer, as aulas teóricas acontecem em salas de aula, com lousa e carteiras de estudantes comuns. Nelas estuda-se de tudo: de línguas a gestão de pessoas.
A grande diferença aparece quando chega a hora das aulas práticas: os "laboratórios" são cozinhas industriais variadas, que simulam o futuro local de trabalho dos alunos e são separadas por tipo de comida.
Há, por exemplo, uma somente para preparo de sobremesas (doces e sorvetes), outra para pães, e assim por diante. O curso custa em média US$ 8.000 por ano, sem contar a hospedagem.
Existem ainda outros cursos de menor duração, como o de Cozinha e Cultura, que dura de dois a quatro meses e dá certificado assinado pelo chef Paul Bocuse.
Já para quem quer conhecer um pouco mais as tradições da culinária francesa, mas não pensa em ir tão a fundo nos estudos, uma boa opção pode ser o curso Amantes de Comida Francesa, que dura apenas uma semana, tempo suficiente, se não para se tornar um grande chef, pelo menos para degustar parte do que há de melhor na culinária da França.
(CÁSSIO AOQUI)



Texto Anterior: Conversas em voz alta e muito vinho caracterizam bouchons
Próximo Texto: Beaujolais tem presença garantida durante refeições
Índice