DO ENVIADO ESPECIAL À FRANÇA

Apesar da máxima "para conhecer Beaujolais basta abrir uma garrafa de vinho e se deliciar", quem for visitar a região verá que ela vai muito além dos vinhedos espalhados a perder de vista.
"Perdidos" entre inacabáveis morros íngremes, característicos do "país do Beaujolais", os pequenos vilarejos surpreendem os turistas pela cor característica que faz a região ser conhecida como o "país das pedras douradas".
Com praticamente tudo feito de pedras de cor ocre e telhas romanas, a explicação para a homogeneidade das construções vem do fato de os territórios terem sido cobertos por um mar, há 200 milhões de anos, o que oxidou o calcário hoje presente no solo.
Ao atravessar parte dos 40 vilarejos de pedras douradas, muitos têm a impressão de estar em Toscana (Itália), graças ao ar mediterrâneo da região, apesar da distância de quase 300 km do mar.
A grande diversão é desvendar a pé as inúmeras atrações medievais, entre fortificações e capelas, que lembram toda a história do modo de vida feudal.
Aliás, são os castelos construídos à época dos senhores feudais os que mais encantam os visitantes, principalmente crianças, que têm a oportunidade de ver por dentro os belos salões e amplos jardins característicos.
Em muitos deles, como no caso do de Montmelas, conhecido como "o castelo da Bela Adormecida", há caves onde se pode provar os vinhos produzidos no entorno. Pertencente à mesma família desde 1566, o castelo, que foi construído entre os séculos 12 e 13, guarda uma curiosidade: há várias gerações é somente administrado por mulheres.

Ciclismo
Como os vilarejos são todos próximos (para identificá-los, basta observar os castelos estrategicamente posicionados no alto dos morros e que serviam de proteção aos camponeses que viviam ao seu redor), um dia é o suficiente para conhecer muitos deles, de carro, pelas estradas locais.
Mas, para quem tiver um pouco de disposição, a melhor forma de explorar a região é de bicicleta, a pé ou a cavalo.
Verdadeiro paraíso dos ciclistas, é possível encontrar em Beaujolais centenas de quilômetros de percursos balizados. Basta seguir as trilhas, que cortam cidades, bosques e vinhedos.
E o melhor: quem escolhe o roteiro é o próprio turista, pois os caminhos são todos bem sinalizados. (CÁSSIO AOQUI)



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