São Paulo, quinta-feira, 26 de novembro de 2009

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Torre de Gálata descortina visão da cidade e do porto de Istambul

Construído pelos bizantinos em 528, terraço está localizado a 61m de altura

DO ENVIADO ESPECIAL

Cênica em cada detalhe, refletida pelas águas e emoldurada por minaretes e aquedutos, Istambul pode ser vista das alturas, na torre de Gálata, que domina o bairro de Beyoglu, ou de um barco de turismo, navegando o estreito de Bósforo.
Responsáveis pela reconquista da porção européia de Istambul, em 1261, os genoveses foram então recompensados com a parte mais alta da região de Gálata.
Pouco mais de 200 anos depois, a região recebeu os judeus sefaraditas, que, fugindo da Inquisição, ali passaram a viver. Em plena fase de reformulação arquitetônica e não distante dos animados calçadões de Istiklal Caddesi, Beyoglu é um dos menos essencialmente turísticos e um dos mais simpáticos de Istambul.
Ruelas acolhedoras como a Sah Kapisi Sokak levam até a torre de Gálata (www.galatatower.net) e, então, bastam mais 15 liras turcas para subir o elevador desse monumento que, construído originalmente em 528 pelos bizantinos, foi refeito pelos genoveses no século 8º e tomado pelos turcos em 1453.
No alto da colina, a 140 m do nível do mar e a 61 m de altura do chão, um terraço no topo descortina uma visão de 360 da silhueta da cidade e do porto de transatlânticos.

Navegar
Outra maneira de percorrer a metrópole turca de forma panorâmica é fazer um passeio de barco a partir do porto de Kabatas, desde que o dia não esteja chuvoso demais.
Navegar pelo estreito de Bósforo alterna a visão de pontes modernas e de casas aristocráticas -muitas delas hoje sendo reformadas pelas duas famílias turcas mais proeminentes, os Koç e os Sabanci.
Há ainda passeios de barcos rápidos organizados por empresas como Gray Line/Pan Tours (www.plantours.com), mas os interessados em navegação à moda antiga podem zarpar do porto de Kabatas em direção ao mar Negro numa embarcação pequena, caso do Mustafa Reis (www.mustafareis.com).
De início, passa-se perto dos hotéis de luxo Çiragan Kempinski e Four Season, à beira do Bósforo, da Universidade de Gálata e do bairro boêmio de Ortaköy, onde há pescadores artesanais e restaurantes típicos que servem pescado.
A ponte suspensa sobre o Bósforo, de 1.074 m e a 64 m de altura, inaugurada em 1973, contrasta com a mesquita eclética, do século 19, abaixo dela.
O passeio continua ao largo da ilhota que pertenceu aos arquitetos da família turco-armêia Balyan, que projetou o palácio Dolmabahçe, e que hoje é local de lazer ligado à diretoria do time de futebol Galatasaray.
Hoje transformado em embarcação de turismo, o iate Savarona, que pertenceu a Atatürk, comprado à época dos ingleses, está fundeado na região.
Quando o Mustafá Reis chega à região mais profunda do estreito, na altura de Arnavutkoy, as correntes são fortes e, adiante, desponta a outra ponte moderna, chamada de ponte do Conquistador, de 1988, cujo vão tem 1.092 m e que atravessa o Bósforo a 64 m de altura.
Por ali, o bairro de Bebek -boneco, em turco- era o preferido do sultão Suleiman, o Magnífico. Também dá para chegar de carro nesse recanto estilo "jet-set", que tem vida noturna e renomados restaurantes.
Há veleiros grandes ao largo e, nos arredores, a fortaleza, do século 15, foi construída pelo sultão Mehmet 2º para proteger aquelas costas.
Nesse ponto, barcos de turismo fazem a volta e passam diante de prédios como a Academia Militar, do século 19, navegando em linha reta até retornar ao pequeno porto de Kabatas, no lado europeu de Istambul, o lugar onde tudo começou. (SC)


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