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CAPITAIS EUROPÉIAS
Todos os caminhos levam à boa mesa romana, baseada em sobras da nobreza
Até presos comem bem em Roma
SANDRO POLLASTRINI
especial para a Folha
Raramente os italianos estão de
acordo, mas, se o assunto é comer,
todos concordam que "a Roma si
mangia bene!".
Uma anedota garante que, mesmo no antigo cárcere romano, o
Regina Coeli, a comida é especial.
Isso porque a sopa ("minestra") servida aos presos é feita de
maneira secular, não com azeite de
oliva, mas com a banha de porco
("pancetta") batida junto dos
temperos, a "battuta".
Historicamente, os pratos romanos têm origem nos ingredientes
que o clero e a nobreza não aproveitavam e que eram engenhosamente transformados em especialidades da culinária local.
Assim aconteceu com a rabada
-preparada com salsão-, com a
dobradinha e diversas vísceras.
É difícil recomendar um restaurante específico em Roma, mas o
roteiro gastronômico pode passar
por um dos endereços abaixo:
1. Perilli a Testaccio, próximo da
pirâmide de Céstia, na via Marmorata, 39, tel. local 574-2415. Fecha
às quartas.
2. Piperno, na via Monte dei
Cenci, 9, tel. local. 6880-6629. Serve comida romano-judaica. Fecha
domingo à noite e às segundas.
3. Pompieri, na via Santa Maria
de Calderari, 38, tel. local
6868-8377. Restaurante instalado
numa casa decorada com afrescos.
Os romanos também dizem que
suas pizzas são melhores do que as
assadas em Nápoles. Embora seja
possível comer a "pizza al taglio",
cortada em forma de quadrado,
em diversos lugares, o romano
gosta de pizzas individuais e crocantes, de massa fina, como as que
Fellini saboreava na pizzaria Fiorentine, na piazza Mazzini.
Outra especialidade é o "tramezzino", feito com pão de forma
cortado em triângulos, e o "panino", de recheios variados.
Para acompanhar a comida, os
romanos bebem vinho branco gelado, mesmo no inverno.
Sandro Pollastrini é membro da Accademia
Italiana della Cucina e presidente do Circolo Laziale de São Paulo.
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