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NAVEGAR É PRECISO
Eles se dedicam 24 h por dia
Oficiais têm 30 anos
de trabalho no mar
do enviado especial
à costa brasileira
Todo navio tem um capitão, a
autoridade suprema a bordo, e
um "hotel manager", que cuida
de tudo que se move a bordo, exceto o próprio navio.
No Costa Allegra, navio que recentemente percorreu, em minicruzeiros, toda a costa brasileira,
chegando também a Punta del
Este e a Buenos Aires, os atuais
comandantes -agora navegando pelo mar Mediterrâneo- são
o capitão Giuliano Bossi, 55, e o
"hotel manager" Giovanni Passalacqua, 52.
Cada um deles navega há mais
de 30 anos sob a bandeira da
companhia italiana, que tem oito
navios -e, hoje, é controlada administrativamente pela norte-americana Carnival Corporation.
Bossi, o capitão, diz que, na Itália, para chegar ao topo da hierarquia entre os oficiais, o primeiro
passo é fazer escola náutica depois de finalizar o serviço militar.
Depois disso, muita água deve
passar por debaixo da torre de comando de um transatlântico até
que o oficial chegue ao comando.
"No mar, o hábito vira regra",
diz Bossi, ao ressaltar que, apesar
de equipado com radares e sistemas de navegação por satélite do
tipo GPS (abreviatura de Global
Position System), os navios da
Costa Cruzeiros são comandados
de acordo com os costumes navais mais tradicionais.
Na ponte de comando
No caso do Costa Allegra, lançado ao mar em Gênova, no ano
de 1992, o capitão é responsável
por 970 passageiros e 400 tripulantes -cem deles são italianos.
Além do comandante e do seu
segundo, também são oficiais importantes os responsáveis pela segurança e pelas máquinas.
Para mover o transatlântico são
necessárias 70 toneladas de óleo
cru, diariamente. Já o consumo de
água é de 350 toneladas/dia.
Como a eventualidade de um
incêndio a bordo causa calafrios
ao oficialato, há todo um aparato
para prevenir incêndios que inclui barreiras antifogo, detectores
de fumaça espalhados por todo
lado, extintores e "sprinklers",
que liberam automaticamente a
água quando a temperatura sobe
demasiadamente.
Outra preocupação do capitão,
que, do alto de sua autoridade,
pode casar pessoas, redigir testamentos e dirigir funerais, é com o
impacto ambiental e com o tratamento da água e dos esgotos.
Entre os impressos distribuídos
aos passageiros, um exorta a todos que protejam o mar, não atirando lixo -especialmente lixo
plástico- no oceano.
Nas cabines, o sistema de detecção de fumaça é especialmente
sensível, e o cuidado com a poluição se estende até aos vasos sanitários, onde produtos químicos
não devem ser jogados.
(SILVIO CIOFFI)
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