São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NAVEGAR É PRECISO
Eles se dedicam 24 h por dia
Oficiais têm 30 anos de trabalho no mar

do enviado especial

à costa brasileira

Todo navio tem um capitão, a autoridade suprema a bordo, e um "hotel manager", que cuida de tudo que se move a bordo, exceto o próprio navio.
No Costa Allegra, navio que recentemente percorreu, em minicruzeiros, toda a costa brasileira, chegando também a Punta del Este e a Buenos Aires, os atuais comandantes -agora navegando pelo mar Mediterrâneo- são o capitão Giuliano Bossi, 55, e o "hotel manager" Giovanni Passalacqua, 52.
Cada um deles navega há mais de 30 anos sob a bandeira da companhia italiana, que tem oito navios -e, hoje, é controlada administrativamente pela norte-americana Carnival Corporation.
Bossi, o capitão, diz que, na Itália, para chegar ao topo da hierarquia entre os oficiais, o primeiro passo é fazer escola náutica depois de finalizar o serviço militar.
Depois disso, muita água deve passar por debaixo da torre de comando de um transatlântico até que o oficial chegue ao comando.
"No mar, o hábito vira regra", diz Bossi, ao ressaltar que, apesar de equipado com radares e sistemas de navegação por satélite do tipo GPS (abreviatura de Global Position System), os navios da Costa Cruzeiros são comandados de acordo com os costumes navais mais tradicionais.

Na ponte de comando
No caso do Costa Allegra, lançado ao mar em Gênova, no ano de 1992, o capitão é responsável por 970 passageiros e 400 tripulantes -cem deles são italianos.
Além do comandante e do seu segundo, também são oficiais importantes os responsáveis pela segurança e pelas máquinas.
Para mover o transatlântico são necessárias 70 toneladas de óleo cru, diariamente. Já o consumo de água é de 350 toneladas/dia.
Como a eventualidade de um incêndio a bordo causa calafrios ao oficialato, há todo um aparato para prevenir incêndios que inclui barreiras antifogo, detectores de fumaça espalhados por todo lado, extintores e "sprinklers", que liberam automaticamente a água quando a temperatura sobe demasiadamente.
Outra preocupação do capitão, que, do alto de sua autoridade, pode casar pessoas, redigir testamentos e dirigir funerais, é com o impacto ambiental e com o tratamento da água e dos esgotos.
Entre os impressos distribuídos aos passageiros, um exorta a todos que protejam o mar, não atirando lixo -especialmente lixo plástico- no oceano.
Nas cabines, o sistema de detecção de fumaça é especialmente sensível, e o cuidado com a poluição se estende até aos vasos sanitários, onde produtos químicos não devem ser jogados.
(SILVIO CIOFFI)

Texto Anterior: Aprender regras ajuda a viver melhor e aproveitar mais a viagem
Próximo Texto: Confira as opções de preços de cruzeiro
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.